Dois anos e meio após terem sido iniciadas as reuniões entre fornecedores de matérias-primas, fabricantes, usuários e representantes da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os tubos de poliéster reforçado com fibras de vidro (PRFV) foram normatizados. Publicada em 26/11/2007, a NBR 15536 estabelece os parâmetros de inspeção no recebimento e desempenho dos tubos e conexões de PRFV utilizados em obras de saneamento básico – por exemplo, sistemas para adução de água e emissários de esgoto sanitário, entre outras aplicações. O texto, inspirado em regulamentações internacionais como a AWWA C-950 e ISO 10467 e 10639, também detalha os métodos para os ensaios dos tubos.



“Trata-se de uma grande conquista, sobretudo para o mercado consumidor, que passará a ter mais confiança na performance das tubulações”, comenta Marcel Dal Posso, gerente de qualidade da Amitech, maior fabricante brasileira de tubos de PRFV. A empresa opera em Ipeúna, no interior de São Paulo, uma fábrica com capacidade para a produção de 120 km/ano de tubos de 400 mm a 1.

200 mm de diâmetro. Ao longo de 2008, esse potencial saltará para 300 km/ano, com diâmetros oscilando entre 300 mm e 3.000 mm. “Participamos ativamente do projeto de elaboração da norma, inclusive munindo o comitê com informações fornecidas pelas nossas coligadas no exterior”, lembra. A Amitech é controlada por dois grupos internacionais: a colombiana Inversiones Mundial e a saudita Amiantit.

Além dos benefícios às concessionárias de saneamento básico, a normatização será vantajosa para os próprios fabricantes dos tubos de PRFV. “Haverá um nivelamento por cima da qualidade, sem contar que todos terão que cumprir as mesmas exigências”, avalia Dal Posso.

De novo, os principais beneficiados serão os usuários das tubulações, “que há tempos desejavam a publicação da norma”, comenta o gerente de qualidade da Amitech. O não cumprimento da regulamentação implica em penalidades descritas no Código de Defesa do Consumidor.



Respaldo da ABNT
Ao lado de sete fabricantes de tubos de PRFV, participaram da redação da norma diversos representantes de concessionárias de água e esgoto, como Sabesp (SP), Copasa (MG) e Sanepar (PR). Raimunda Maria Pires, executiva da Sanepar, acredita que a principal vantagem da normatização é o respaldo dado pela ABNT para as empresas que decidirem especificar o material. “Com a publicação da norma, os tubos de PRFV passaram a ser mais uma alternativa à disposição das concessionárias”, afirma.

De certa forma, a regulamentação também ajuda a reduzir o elevado volume de perda de água característico do país, argumenta Raimunda.

“À medida que exigimos ensaios mais rigorosos, estamos garantindo um produto de melhor qualidade, tanto no processo fabril quanto no aspecto operacional, isto é, durante a instalação e manutenção”, expõe.

Tubos de PRFV
Há décadas aplicados com bastante sucesso em todo o mundo, os tubos de PRFV são relativamente novos no Brasil. Frente aos materiais concorrentes como aço e ferro fundido, apresentam diversas vantagens, entre elas, a leveza – reduz os custos com instalação – e o baixíssimo índice de rugosidade interno, evitando a formação de incrustrações que reduzem a vazão de bombeamento.

Com mais de 40.000 aplicações catalogadas, o PRFV é um material resultante da combinação entre resinas termofixas e fibras de vidro.

Além do saneamento básico, é largamente utilizado pelos setores de construção civil (telhas e caixas d´água), químico (tanques de fertilizantes), transporte (tetos de ônibus), náutico (cascos de lanchas) e energético (pás eólicas), entre outros.

Perfil Amitech
Controlada por dois grupos internacionais – Inversiones Mundial, da Colômbia, e Amiantit, da Arábia Saudita – a Amitech é a maior fabricante brasileira de tubos de poliéster reforçado com fibras de vidro (PRFV). Fundada em 1999, sua planta em Ipeúna, no interior de São Paulo, transforma mensalmente quilômetros de tubos consumidos pelos setores agrícola, industrial, energético e de saneamento básico.


Mais informações: (19) 3576-6000 /
http://www.amitech.com.br / www.amiantit.com / www.grupomun.com

Fonte: Estadão