Em novembro, mesmo mês das eleições presidenciais nos Estados Unidos, o presidente americano, George W. Bush, fará sua última visita ao Brasil, para participar da conferência mundial sobre biocombustíveis convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bush, que tem sido criticado por Lula pela sua incapacidade de conter a disseminação global da crise financeira iniciada nos EUA, mantém boas relações com o brasileiro, e fez questão de aproveitar o evento para chamar atenção à aliança firmada entre Brasil e EUA, na promoção do etanol combustível.

A conferência deve reunir ministros de dezenas de países para discutir vantagens e desvantagens do uso do etanol e suas conseqüências para a produção de alimentos. Desenhada para a participação dos ministros envolvidos com o tema, ela terá poucos chefes de Estado, além de Bush. Até agora manifestaram a intenção de acompanhar a conferência os primeiros-ministros da Indonésia e da Dinamarca.

O mandatário dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, é aliado de Lula na defesa do etanol combustível, e já declarou isso quando visitou o Brasil, em abril. Ele será o anfitrião, em 2009, da conferência de Copenhague sobre aquecimento global, que pretende estabelecer um sucessor para o protocolo de Quioto, destinado a limitar as emissões de gases provocadores do efeito estufa.

A conferência sobre biocombustíveis é a resposta de Lula às críticas internacionais contra o etanol, por seus efeitos danosos ao meio ambiente e sobre o mercado de preços agrícolas. Ele espera tirar, do encontro, um consenso global em favor do desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para o uso do etanol de cana-de-açúcar como combustível. A conferência replicará, em parte, o modelo adotado no Fórum Econômico Mundial, com mesas de debates comandadas por autoridades e especialistas de reconhecimento mundial e reuniões de ministros, que receberão as conclusões técnicas para decisão política.

Fonte: Estadão