O Brasil pode se tornar pioneiro na exploração de reservas submarinas de potássio. Segundo o Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM), duas empresas já requisitaram licença para a atividade, que é encarada pelo governo como prioritária por causa da necessidade de reduzir as importações de matérias-primas para a fabricação de fertilizantes.

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A meta é atingir a autossuficiência no setor em um prazo de 10 anos.
As companhias Itafós Fertilizantes, do Brasil, e Atacama Minerals, do Canadá, foram as primeiras a solicitar licença para a exploração de potássio no mar. O mineral pode ser encontrado em depósitos de sal no subsolo, como os encontrados na região do pré-sal.

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“É o mesmo sal do pré-sal. Só precisamos ver se é feito de cloreto de sódio ou de potássio”, diz o diretor administrativo da Itafós, Carlos Braga.

Segundo ele, a ideia é estudar o uso da tecnologia desenvolvida para a exploração de petróleo na busca por potássio no subsolo. A empresa ainda não tem estimativas sobre custo do investimento, alegando estar em fase preliminar de estudos. O diretor-geral adjunto do DNPM, João César de Freitas Pinheiro, explica que os reservatórios de sal em questão são menos profundos do que os do pré-sal, o que torna a exploração mais barata.

Ainda aguardando a autorização do DNPM, a Itafós não decidiu por onde iniciará a pesquisa. A companhia opera hoje uma mina de fosfato – também usado na produção de fertilizantes – em Tocantins. Já a canadense Atacama recebeu em maio uma autorização para pesquisa geológica em uma área de 1,4 mil quilômetros quadrados ao sul de Salvador, onde prepara-se para iniciar uma campanha de perfuração.

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Pinheiro diz que a companhia também requereu autorização para exploração de reservas submarinas de potássio, atividade ainda inédita no mundo. “O Brasil tem um potencial geológico fantástico. Não tenho dúvida de que atingiremos a autossuficiência (em matérias-primas para fertilizantes) em até 10 anos”, afirma o diretor do DNPM.

O País importa atualmente 90% de seu consumo de minerais usados para a produção de fertilizante – a produção interna é de 400 mil toneladas por ano, para um consumo anual de 4,2 milhões de toneladas.
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O tema está na pauta do governo, que quer garantir maior segurança no suprimento do insumo, fundamental para o desenvolvimento da agroindústria.

Na semana passada, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, criticou publicamente a Vale, que estaria retardando a exploração de duas minas para as quais tem direitos de exploração na Amazônia.

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“Ou a Vale trata disso (de desenvolver a produção), ou abre mão da exploração”, afirmou o ministro. Pinheiro, do DNPM, porém, minimiza a questão, dizendo que entraves ambientais dificultam a atividade mineradora na região.
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Ele diz preferir um esforço no desenvolvimento de jazidas mais próximas da costa. “Depois partimos para a Amazônia.” A Vale opera hoje a única mina de potássio fertilizante no Brasil, em Sergipe, e tem outros dois depósitos na mesma região – um deles em fase piloto de produção, com teste de uma nova tecnologia de extração do mineral com a injeção de água quente nos reservatórios.

Fonte: Estadão