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Por aqui também existem projetos que interessam aos franceses, o que deve gerar uma “troca de figuras” entre os dois países, além de atrair mais investimentos ao setor, que precisa se preparar para a Copa de 2014. “A França quer trocar experiências com o Brasil na área de transportes”, comentou Jean-Francois Fritsche, adido de Transportes da Embaixada da França no Brasil.
O especialista francês afirmou, em entrevista ao DCI, que, ainda que seu País possua todo o know-how para implantar o trem de alta velocidade (TAV) por aqui, existem experiências locais, como o sistema adotado na cidade Curitiba (PR), que podem servir de exemplo às cidades francesas.
“Fizemos alguns estudos sobre cidades brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Encontramos uma experiência que também pode ser eficiente ao nosso país”, disse, referindo-se ao Bus Rapid Transport (BRT), sistema de ônibus articulados que transitam em corredores rápidos.
Fritsche crê que, apesar de o TAV – que ligará São Paulo e o Rio de Janeiro – ser uma das principais estrelas a atrair os aportes estrangeiros, existe todo um sistema de mobilidade urbana a ser repensado por aqui, de forma integrada nos próximos anos.
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“O TAV ligará os dois estados, mais ainda haverá necessidade de implementar ligações entre todos os modais para que os usuários possam a ele ter acesso. Se não, perde-se sua referência”, analisou Fritsche, explicando que o modelo francês é de total integração entre os meios de transporte.
Para o adido, deve-se ligar a ponta ferroviária (onde está inserido o moderno TAV) com os veículos leves sobre trilhos (VLTs), de maior inserção urbana, os metrôs e até corredores de ônibus. Segundo o francês, deve ser levado em consideração todo o reordenamento territorial, alinhado ao atual desenvolvimento econômico das regiões e aos conceitos de preservação ambiental.
Capital
Às vésperas da definição de qual parte dos recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) será destinada à mobilidade urbana nas cidades-sede, conforme confirmou recentemente à reportagem o ministro Márcio Fortes, outro ponto delicado do projeto é de como será definida a parcela que virá da iniciativa privada. O representante da França garantiu que em seu país existe muito interesse em fazer investimentos nos projetos brasileiros.
“Temos vários bancos que atuam no Brasil e estamos discutindo o assunto com parceiros brasileiros”, revelou.
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Da parte da França, um exemplo de possível participante no processo é a Agência Francesa de Desenvolvimento, que inclusive fez empréstimos no caso do VLT de Brasília e também para o projeto de Curitiba. Instituições como o banco BNP Paribas e Natixis também podem ser bons candidatos a participarem dos futuros projetos na área de transportes.
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Com montantes expressivos a serem investidos em várias frentes que virão, o especialista em transportes disse que devem surgir outras corporações da França que irão se envolver nos projetos de transportes, como na área de engenharia e de construção civil, a exemplo de grupos como a Altram Engenharia, bem como instituições como a RATP ( sociedade dos transportes parisienses).
O adido da embaixada francesa disse que outra característica em que os municípios devem pensar é a organização conjunta. “Em muitas cidades brasileiras, as pessoas vivem ali, mas trabalham em outro município. Isso deve ser pensado junto, como fizemos em nosso país”, disse, e acrescentou que esse processo foi criado “na França há cerca de 20 anos”.
Para se ter uma ideia da referência francesa na área de transportes, basta basear-se na área ferroviária, que soma mais de 53 mil quilômetros de trilhos, dos quais mais de 1,8 mil quilômetros são de alta velocidade.
Ao todo, é transportado mais de um bilhão de passageiros por ano, dos quais a maior parte, 600 milhões, é da região metropolitana de Paris.
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O país deve aplicar cerca de R$ 55 bilhões para estender em mais 1,1 mil quilômetro a malha de alta velocidade, ou seja, dobrá-la.
A França poderá não apenas transferir tecnologia para implantação do trem de alta velocidade no Brasil: o país europeu também poderá importar projetos de mobilidade bem-sucedidos por aqui, conforme contou ao DCI Jean-Francois Fritsche, adido de Transportes da Embaixada da França no Brasil. “Fizemos alguns estudos sobre cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Encontramos em Curitiba uma experiência que também pode ser eficiente ao nosso país”, comentou.
O interesse de mão dupla deve gerar uma “troca de figurinhas” entre os países, além de atrair mais investimentos de instituições financeiras francesas para os novos projetos de integração dos transportes, em diversas frentes, em um setor que precisa se preparar para atender a Copa do Mundo de 2014.
Fonte: Estadão
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