O tema é arcaico. Creio tê-lo mencionado em outras ocasiões.

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Mas a aberração continua. Daí, voltar a enfocá-lo, a propósito da estação Pinheiros da Linha 4 (Amarela) do metrô, que acaba de ser inaugurada e, para espanto dos passageiros, sem banheiro público.
A aberração ocorre em todas as linhas.

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Exceto em algumas poucas estações, as demais não oferecem esse serviço aos cidadãos. Um dia vi uma senhora procurando banheiro na estação Clínicas. Ela me indagou se por ali havia sanitário público. Não. Não havia. Resolvi conduzi-la a um funcionário que, só a muito custo, e diante de uma inevitabilidade, decidiu levá-la ao banheiro dos funcionários.

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Outras pessoas que, me disse ele, procuram sanitário ali, são orientadas a se viraram pelas imediações.

O acinte é grave. Sobretudo, em uma cidade sem banheiro público em lugar algum. Caminha-se por ruas e avenidas durante horas e horas e não se vê uma opção, senão aquela de procurar bares e restaurantes de onde invariavelmente as pessoas, que necessitam de se aliviarem com urgência, são enxotadas ou recebem a informação de que o local “está fechado para manutenção”.
Mas, vamos e venhamos, projetar estações de metrô sem banheiro público é de uma obtusidade monumental.
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Os responsáveis por esses projetos possivelmente partam do pressuposto de que, diferentemente de outros povos, que privam de metrô com esse serviço ou dispõem de sanitários químicos espalhados pelos quarteirões, o brasileiro defeca pouco e urina muito menos. A outra explicação – economizar no projeto e na construção de banheiro em uma estação de metrô – seria igualmente e humanamente inaceitável.
Fonte: Estadão