Bancos que operam com depósitos de poupança rural estão liberados pelo Conselho Monetário Nacional a captarem depósitos do Sistema Brasileiro e Empréstimo (SBPE) para o crédito imobiliário, obedecido o limite de 10%. Entretanto, as operações só poderão ser realizadas após autorização do Banco Central. A medida deverá ampliar o volume de recursos para o financiamento de imóveis. Veja a seguir o que alguns bancos oferecem ao mercado.

Banco do Brasil

O Banco do Brasil iniciou, em 13 de junho, contrações do crédito imobiliário pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), dando continuidade a decisão estratégica de atuar nesse mercado, tomada em setembro de 2006. “A ampliação da oferta de produtos e serviços foi o que norteou nossa decisão de atuar também no financiamento para a compra de imóveis. Uma característica desse mercado é a longa duração do relacionamento entre o banco e a sua clientela e o Banco do Brasil conta agora com um importante instrumento de fidelização da sua base”, diz Aldemir Bendine, vice-presidente de Novos Negócios do Banco do Brasil.

Conforme Bendine, a operação de crédito imobiliário deixa o BB em pé de igualdade com os principais bancos de varejo com atuação no mercado nacional. O BB Crédito Imobiliário financia até 80% do valor do imóvel com valores entre R$ 20 mil e R$ 1,5 milhão – para contratos com recursos do SFH há o limite legal de R$ 350 mil para o valor da compra. O prazo máximo de financiamento é de 20 anos.

A instituição já atuava no sistema de crédito imobiliário desde dezembro de 2007, quando deu início às contratações com a utilização de recursos próprios por meio do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI). Com a autorização para emprestar com recursos do SFH, deve reservar cerca de R$ 1 bilhão em recursos novos para sua operação de crédito imobiliário. No total, o Banco terá R$ 2 bilhões para habitação até o final deste ano.

Caixa Econômica Federal

O orçamento da Caixa para este ano prevê R$ 9,250 bilhões (FGTS), R$ 9,214 bilhões (SBPE – poupança), R$ 1,000 bilhão (Fundo de Arrendamento Residencial), R$ 0,250 bilhão (Fundo de Desenvolvimento Social) e R$ 0,690 bilhão (Consórcio Imobiliário). No período de 12 meses, entre junho de 2007 e até 13 de maio passado as contratações atingiram R$ 14.255.575.616,25, confirmando a instituição como principal agente financeiro do setor.

“A Caixa vem cada vez mais ampliando as possibilidades de financiamento. Com a ampliação das parcelas e a redução das taxas de juros as prestações caberão no bolso de uma fatia mais ampla da população”, diz Luiz Carlos Previlato, gerente regional de Habitação, acrescentando que a ampliação do crédito para a casa própria é ferramenta para o combate ao déficit habitacional e importante estímulo à oferta interna de tecnologia, materiais e mão-de-obra.“Hoje, o segmento habitacional representa cerca de 3,5% do PIB nacional e torcemos para que essa porcentagem chegue a 10% em quatro anos”, informa.

Na última edição do ‘feirão’, em São Paulo, foram firmados contratos para construção de novas unidades. Dentre eles, destaca-se protocolo de intenções assinado entre a Caixa e a Construtora Abyara, para produção de mais 76 mil unidades habitacionais em várias cidades brasileiras para o triênio de 2008 a 2010, no valor de R$ 6,6 bilhões. Os imóveis serão direcionados às famílias com renda até 10 salários-mínimos, faixa onde se concentra o déficit habitacional brasileiro.

Banrisul

O Banrisul formalizou acordo com a Cooperativa da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Coopercon/RS) para financiamento , anunciam nesta terça-feira um acordo que contempla financiamento dos cooperados, com taxas reduzidas, com recursos iniciais da ordem de R$ 170 milhões.

Santander

O volume de recursos para financiamentos da casa própria pelo Santander deverá crescer 50% este ano, o que representa o dobro da expectativa de crescimento do mercado para 2008, que é de 25%, conforme a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança – ABECIP. O banco prevê financiar R$ 3 bilhões, contra os cerca de R$ 2 bilhões financiados ano passado. Além disso, destinará R$ 5,2 bilhões para o financiamento de imóveis das incorporadoras Rodobens, Cyrella e Rossi até 2010, por meio de parcerias fechadas em 2007. “Acreditamos que o mercado de crédito imobiliário brasileiro continuará crescendo. O índice de vendas de imóveis versus a oferta só têm melhorado nos últimos anos”, afirma Ana Isabel Perez, vice-presidente de Crédito Imobiliário do Santander.

Para tanto, o banco acaba de lançar o ‘Crédito Mais Conquista’, empréstimo de longo prazo que pode ser usado para realização de projetos pessoais como, por exemplo, a compra de uma casa de praia. O Santander é o primeiro grande banco brasileiro a oferecer este tipo de empréstimo com prazos longos. “Aproveitamos nossa experiência com este produto em outros países, como Espanha, Portugal, México e Reino Unido, para introduzir no mercado brasileiro mais um produto inovador, em que o cliente utiliza o seu patrimônio para levantar recursos e realizar os seus projetos”, afirma a executiva.Com essa linha de crédito, o cliente pode optar pelo prazo de um a 20 anos e fazer um empréstimo entre R$ 20 mil e R$ 500 mil, respeitando-se o teto de 60% do valor do imóvel definido como garantia. O produto oferece um benefício adicional: o cliente pode escolher um mês por ano para não pagar a prestação. O público alvo são os assalariados das classes A e B, profissionais liberais e autônomos.

Outra linha de crédito recém lançada é destinada inicialmente aos servidores do Estado de São Paulo. Trata-se do plano de financiamento imobiliário baseado nos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS. “Com esta linha, seremos o primeiro banco privado a financiar a casa própria nova ou usada, com recursos do FGTS, para o público com renda entre R$ 1.000,00 e R$ 1.875,00”, afirma Isabel Perez. Segundo a executiva, este é um passo importante do banco para atender a um público com pouco acesso a financiamentos imobiliários, por causa das restrições de renda.

Fonte: Estadão