O gás natural é a fonte de energia que deverá apresentar a segunda maior taxa de expansão até 2020, cerca de 2,7% ao ano, superada apenas pelo petróleo. E juntos, gás natural e petróleo serão responsáveis por 66% da energia primária que o mundo demandará em 2020.
É o que indicam as projeções da Agência Internacional de Energia. No Brasil, a produção e o consumo de gás natural devem aumentar em mais de 150% até 2011, segundo o diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer. Ele afirma que a produção nacional chegará a 70 milhões m3/dia, contra os 27 milhões que são fornecidos aos consumidores hoje. A Petrobras avança na prospecção dessa fonte de energia e em seu Plano de Negócios prevê até 2011 um investimento de US$ 6,5 bilhões para as obras de expansão da malha de gasodutos.
O que vai representar um acréscimo de 4.160 km aos 5.570 km de gasodutos de transporte que estão hoje em operação. Para assegurar a confiabilidade da rede de dutos também serão aplicados cerca de US$ 380 milhões no sistema de manutenção. Com a proposta de desenvolver o mercado brasileiro de gás natural, através da constituição de uma rede básica para seu transporte, a Petrobras está construindo vários gasodutos interligando as diferentes regiões do País.
Esses projetos estão sendo viabilizados por meio de Sociedades para Fins Específicos (SPC – Special Purpose Companies) denominadas respectivamente de NTS – Nova Transportadora do Sudeste – e a NTN – Nova Transportadora do Nordeste. A operação e manutenção das malhas continuam sendo de responsabilidade da Transpetro, subsidiária da Petrobras.
Gasodutos Urucu-Coari-Manaus e Urucu-Porto Velho O gasoduto Urucu-Coari-Manaus, de importância estratégica para a economia da região Norte, irá escoar cerca de 5,5 milhões m3/dia de gás natural. A construção do trecho Urucu-Coari tem como objetivo permitir o escoamento do gás liquefeito de petróleo (GLP) produzido nas Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGN), em Urucu, até o terminal fluvial da Petrobras (TESOL), em Coari.
O GLPduto Urucu-Coari terá 279 km, já o trecho Coari-Manaus estende-se por 383 km. A maior parte do gás será consumido por termelétricas. A outra parcela do produto será destinada ao atendimento às indústrias, residências e à frota de veículos movidos a gás em Manaus, e ainda em sete municípios ao longo de seu traçado. As obras do gasoduto Urucu-Manaus se iniciaram em junho de 2006 e deverão ser concluídas em fevereiro de 2008. O gasoduto Urucu-Porto Velho, que terá 520 km, obteve o licenciamento ambiental do Ibama (LI) e a autorização de construção da Agência Nacional de Petróleo (ANP) em abril de 2006.
No momento, o projeto está em fase de reestruturação financeira, visando à obtenção de crédito junto aos financiadores. Interligação Sudeste-Nordeste (Gasene De acordo com o cronograma da Petrobras, o Gasene, que fará a interligação do Sudeste ao Nordeste, terá a maior parte de suas obras concluídas até 2011. O Projeto Gasene é formado por três gasodutos: Gasoduto Cabiúnas (RJ) –Vitória (ES) – Gascav, Gasoduto Cacimbas (ES)-Vitória e Gasoduto Cacimbas-Catu (BA) – Gascac, totalizando 1.371 km de dutos. As obras do gasoduto que ligará Cabiúnas à Vitória e que terá 300 km de extensão foram iniciadas em junho de 2006 e a entrada em operação está prevista para março de 2007. O contrato, cujo valor é de US$ 239 milhões para a construção do Gascav, foi assinado em 17 de abril com a estatal de petróleo chinesa Sinopec.
O gasoduto Cacimbas-Vitória, de 130 km e capacidade de transportar 4 milhões m3/dia, encontra-se com as obras interrompidas. A previsão é de que elas sejam retomadas ainda neste semestre. Segundo a Petrobrás, a operação dos trechos Cabiúnas-Vitória e Cacimbas-Vitória ligará a Malha Sudeste de gasodutos até o estado do Espírito Santo, permitindo escoar o gás a ser produzido nos campos de óleo e gás do norte do Estado. Nessa fase do Projeto Gasene, o gás fluirá no sentido Norte-Sul, reforçando o abastecimento de Vitória e da região sudeste.
Já a construção do gasoduto Cacimbas-Catu, que é o maior trecho do Gasene, com 940 km de extensão, deve ter início em novembro de 2006. Na construção do Gasene serão investidos US$ 799 milhões. A estimativa da Petrobras é que em 2007 a movimentação de gás pelos gasodutos que integram o projeto seja de 10 milhões de m3/dia, chegando a 20 milhões de m3/dia em 2015. Campinas-Rio O Gasoduto Campinas-Rio integra o Projeto Malhas da Petrobras que transportará o gás vindo da Bolívia por 448 km, interligando a Refinaria de Paulínia, em São Paulo, ao terminal de Japeri, no Rio de Janeiro (onde se interliga ao gasoduto Reduc – Volta Redonda). A rede passará por 32 municípios: 24 no Estado de São Paulo e oito no Estado do Rio de Janeiro.
O trecho se integra à malha de gasodutos Sudeste, que, por sua vez, será conectada à Malha Nordeste, ao Gasene e às redes de gasodutos já existentes, interligando os mercados consumidores aos centros produtores de gás situados nas Bacias de Campos (RJ) e de Santos (SP), no Espírito Santo, na região Nordeste e da Bolívia (via Gasoduto Bolívia-Brasil). Com capacidade para transportar 8,6 milhões m3 de gás por dia, o Campinas-Rio foi iniciado em agosto de 2004 e será concluído em 2007. Esse gasoduto ampliará a oferta de gás no estado do Rio de Janeiro, destinado principalmente a atender às novas plantas térmicas da região e para o abastecimento de indústrias, residências, veículos e comércio.
O gasoduto recebeu investimentos de US$ 300 milhões, recursos oriundos do Japan Bank for International Cooperation e do BNDES. Para viabilizar o projeto, foi criada a companhia Nova Transportadorea do Sudeste, que ficou responsável por captar os recursos financeiros e investimentos no gasoduto, cujo controle acionário pertence às empresas Mitsui & Co, Itochu Corporation e Mitsubishi Corporation.
A empresa japonesa Toyo Engineering Corporation ficou responsável pela parte de engenharia e construção do gasoduto. Malha Nordeste A Malha Nordeste é a que receberá a maior fatia de recursos da Petrobrás: US$ 882 milhões. Com 403,84 km, o projeto compreende a construção dos gasodutos Aratu-Camaçari, Atalaia-Itaporanga, Carmópolis-Pilar, Catu-Itaporanga e Itaporanga-Carmópolis. A empresa contratada foi a Toyo e a entrada em operação está programada para 2007.
Fonte: Estadão
Compartilhar
Compartilhar essa página com seus contatos!