Na medida em que os aeroportos e as companhias aéreas aperfeiçoam o atendimento ao cliente, cresce também a necessidade de sistemas de proteção dos dados pessoais coletados e armazenados. Em alguns grandes aeroportos, por exemplo, viajantes podem fornecer dados biométricos ou detalhes pessoais de voo com o objetivo de tornar mais rápida sua passagem pelo local.

No entanto, aeroportos e companhias aéreas devem oferecer proteção a esses dados, visando garantir a segurança e privacidade dos clientes. “Nossa experiência internacional mostra que os aeroportos têm trabalhado em cooperação com as companhias aéreas, para desenvolver e testar processos automatizados para o fluxo de pessoas e outras maneiras inovadoras para oferecer serviços personalizados aos passageiros”, afirma o diretor para a prática de Transportation da Unisys para América Latina, Clóvis Chiaravalloti.

O Aeroporto de Gatwick, em Londres, desenvolveu um aplicativo móvel para proporcionar atendimento personalizado aos passageiros. O aplicativo identifica biometricamente o passageiro na entrada do estacionamento do aeroporto e, então, fornece automaticamente informações sobre o trajeto do viajante no aeroporto, desde o local do balcão de check in até ofertas de varejo personalizadas. Gatwick é o segundo maior e mais movimentado aeroporto da Inglaterra, por onde circulam mais de 34 milhões de passageiros por ano.

Um outro exemplo desse trabalho de cooperação é a parceria entre o Aeroporto de Heathrow e a South African Airways, que testaram juntas uma solução de portão de autoembarque para ajudar os passageiros a entrar em seus voos com maior rapidez e eficiência. O sistema compara varreduras faciais no portão de “autoembarque” com os dados biométricos coletados durante a fase de check in. Se as varreduras corresponderem aos dados reais do passageiro, ele poderá embarcar em seu voo diretamente. Com essa tecnologia, a identidade de um passageiro precisa ser verificada somente uma vez pelos funcionários da companhia aérea.

“Trata-se de uma grande mudança, já que agora os próprios aeroportos podem se encarregar da coleta e do armazenamento de dados pessoais, diferentemente do que acontecia até então, com a coleta sob responsabilidade apenas das companhias aéreas e agências de controle de fronteiras. Porém, os aeroportos terão que demonstrar como estão protegendo os dados de passageiros para que sejam realmente efetivos”, afirma Chiaravalotti.

Fonte: Revista O Empreiteiro