Após a entrega do novo terminal de passageiros, consórcio dará início à construção da “cidade-aeroporto”
Os trabalhos estão sendo conduzidos pelo Consórcio Aeroportos Brasil Viracopos – formado pelas empresas Triunfo Participações e Investimentos (45%), UTC Participações (45%) e a francesa Egis Airport Operation (10%) -, que assumiu a concessão do aeródromo em meados do ano passado. Serão 30 anos de concessão com investimentos totais que chegam a R$ 9,5 bilhões.
No novo terminal em construção estão sendo aplicados R$ 2,06 bilhões. Além da companhia aérea Azul, que já usa o terminal como hub de suas operações, a previsão é que outras empresas do ramo utilizem o novo e moderno edifício de embarque e desembarque de passageiros como centro de distribuição de voos no continente e não somente no Brasil.
As execuções estão sendo realizadas em regime de fast track, com as atividades de engenharia e a construção caminhando simultaneamente. Atualmente, há 6.500 operários trabalhando no canteiro de obras em dois turnos.
A obra do novo terminal, com cerca de 145 mil m² de área construída, tem cerca de 75% dos trabalhos realizados. As estruturas já estão quase prontas e as obras estão concentradas na cobertura metálica – cobertura esta, inclusive, que terá painéis fotovoltaicos para geração de energia a partir da luz solar e também aproveitamento da água de chuva.
A edificação é dividida em três píeres: A (voos internacionais), B (voos internacionais e domésticos) e C (voos domésticos). O terminal está sendo erguido em estrutura pré-moldada de concreto para cumprir o apertado cronograma.
Em outubro, iniciou-se a fase de montagem do píer C, com início de instalações elétricas, dutos de ar-condicionado, bases de esteiras rolantes e vidraçaria. Nos píeres A e B prosseguem as obras civis. No total, são 29 conjuntos de equipamentos a ser montados.
Gustavo Müssnich, diretor de engenharia da concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, já havia detalhado à revistaO Empreiteiroo desafio desse estágio de trabalho em que sofisticados equipamentos são instalados enquanto prosseguem as obras civis.
Esses sistemas em todo o novo terminal envolvem 1,7 km de esteiras rolantes para usuários, 53 elevadores, além de equipamentos de controle de acesso ao saguão e comunicação.
Serão 28 pontes de embarque (fingers) no novo terminal do Aeroporto de Viracopos, além de sete posições de embarque e desembarque remotos. As 28 pontes de embargem chegam este mês (novembro) do exterior a Viracopos
Equilíbrio de receitas
As vias de acesso à nova edificação estão também sendo construídas com a instalação das rampas de elevação até a entrada do terminal. Haverá dois acessos independentes: um de embarque e outro de desembarque. Um edifício-garagem de cinco andares, em estrutura pré-moldada, com cerca de 4 mil vagas também está sendo erguido próximo ao novo terminal.
Todo o projeto de Viracopos está dentro do conceito de “aeroporto-cidade”, que além do novo terminal (que a partir de 2014 sofrerá nova ampliação – a partir do píer C), prevê a construção de hotéis,shopping centere centro de convenções. Até três novas pistas de pouso e decolagem estão previstas para ser construídas no local – todas paralelas uma das outras, permitindo pousos e decolagens simultâneos. A primeira nova pista começa a ser construída ainda no ano que vem.
Viracopos possui, no total, 9 km² de área, mas com as desapropriações previstas no entorno – pelo menos 2 mil edificações serão desapropriadas – deve chegar a 25 km², o que permitirá o local se transformar em um “aeroporto-cidade”.
O atual terminal de passageiros do aeroporto, que movimenta 8,8 milhões de passageiros/ano (sua capacidade projetada é de 4 milhões de passageiros/ano) e teve R$ 69 milhões de investimentos de melhoria emergencial, deverá ser destinado à aviação civil.
O terminal de cargas, que por muito tempo notabilizou o Aeroporto de Campinas como uma aeródromo voltado à movimentação de produtos e materiais, também deverá mudar de local – 70% da receita do aeroporto provém de cargas, mas a proposta do consórcio é equilibrar a receita com movimento de passageiros e transporte de cargas.
Diferentemente dos outros aeroportos concessionados que estão em obras, o de Campinas muda a planta atual das edificações no terreno (com exceção da torre de comando). O projeto básico do novo terminal foi desenvolvido pela empresa holandesa Naco, que possui experiência na área a partir do trabalho desenvolvido para o aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, que funciona em regime de “aeroporto-cidade”. O projeto detalhado é do consórcio integrado pela Intertechne e Themag.
Fonte: Revista O Empreiteiro
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