Beneficiado por uma localização privilegiada e por possuir um lençol freático de águas abundantes e de excelente qualidade, o município baiano de Alagoinhas é um exemplo de localidade que soube aproveitar e valorizar seus diferenciais para atrair empresas.
 

A pouco mais de 100 km ao norte de Salvador e atravessada pela BR-101 – uma das principais rodovias brasileiras, que corta o País do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte ao largo da região litorânea – e pela BR-110 – que parte da capital baiana, passando pelo interior de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte –, Alagoinhas se transformou a partir de 1997, quando a então indústria de bebidas Schincariol instalou na cidade uma fábrica para atender a região Nordeste do Brasil.

 

A industrialização do município ganhou força a partir de 2009, quando o governo local passou a conceder incentivos para a atração de empresas. A fábrica de bebidas, atualmente pertencente ao grupo Brasil Kirin, foi duplicada, com investimentos de R$ 400 milhões e criação de 1.100 empregos diretos, na cidade que tem hoje mais de 152 mil habitantes, de acordo com estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

O grupo cervejeiro Petrópolis inaugurou fábrica no final do ano passado, atraindo investimentos do setor de embalagens para a cidade

 

Ao final do ano passado, o grupo cervejeiro Petrópolis também inaugurou sua fábrica em Alagoinhas. A planta contou com R$ 600 milhões em investimentos, além de outros R$ 500 milhões que foram aplicados em estrutura de distribuição, gerando 1.200 empregos diretos e 3 mil, indiretos.

 

Com a presença de grandes empresas do ramo de bebidas, Alagoinhas também recebeu investimentos de companhias do segmento de embalagens, como a Latapack-Ball, Central de Embalagens e APS. A cidade conta ainda com uma unidade fabril da empresa Malu Calçados.

 

Diante do crescimento local, Alagoinhas precisa ainda “importar” prestadores de serviços. “Devido à grande demanda das indústrias que estão se instalando e das que já operam na cidade, os empresários ainda buscam prestadores de serviços fora do município. No entanto, essa busca vem diminuindo gradativamente com o crescimento das áreas voltadas à educação, como universidades públicas e privadas e o instituto de ensino técnico federal, que preparam a mão-de-obra especializada que cada vez mais foge dos grandes centros caóticos e busca cidades de médio porte que oferecem uma boa infraestrutura e lazer”, explica Rannyery Miranda, secretário de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente da cidade.

 

Para atrair empresas, o município oferece a doação de terreno, redução de ISS de 5% para até 2% por no máximo 10 anos, isenção de IPTU por até 10 anos e isenção parcial de taxas para concessão de alvarás. Em relação à infraestrutura local, as autoridades municipais, estaduais e concessionárias investiram em perfuração de poços artesianos, criação e pavimentação de vias de acesso, ampliação de redes de gás natural e de energia elétrica.

 

O governo de Alagoinhas está concluindo negociações para a instalação de uma fábrica de embalagens do tipo PET da empresa Preformax. Os investimentos previstos podem chegar a R$ 30 milhões, com a geração de até 300 postos de trabalho. Outro grande projeto em andamento é a instalação de uma unidade da empresa atacadista Assaí, do grupo GPA.

 

O município mantém ainda negociações para a instalação de uma unidade para engarrafamento de água mineral do grupo Coca-Cola, de uma planta da Cerâmica Rocha e uma fábrica da Mais Sabor.

 

Infraestrutura

A Prefeitura de Alagoinhas tem investido nos últimos anos em obras pelo Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano – Alagoinhas 2030, além de contar com recursos do Governo Federal para obras de saneamento básico, drenagem, rede de coleta e implantação de estação de tratamento de esgotos. Foi construída, também, uma grande avenida de ligação ao centro da cidade, assim como pavimentada praticamente toda a malha viária na região.

 

“Ainda neste ano de 2014, foram aprovados também recursos captados pelo município com a CAF (Cooperação Andina de Fomento) na ordem de US$ 11,5 milhões para mais investimentos em infraestrutura, abertura de cinco novas avenidas de ligação do centro à periferia e pavimentação de ruas em outros bairros”, acrescenta Sônia Fontes, secretária de Infraestrutura do município.

 

A região será beneficiada pela duplicação do trecho da BR-101 entre Feira de Santana (BA) e a divisa com o Estado de Sergipe. O Governo Federal prepara a licitação da obra. Já o Governo da Bahia está concluindo a pavimentação da rodovia BA-504, que facilitará o deslocamento entre Alagoinhas e a Linha Verde, via que atende o litoral norte do Estado.

 

Iniciativas – Alagoinhas (BA)

Projeto

Investimentos

Fase atual

Duplicação da BR-101 entre Feira de Santana
e divisa com Sergipe

R$ 1 bilhão

Em licitação

Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano

R$ 46 milhões

Em andamento

Investimentos em infraestrutura

US$ 11,5 milhões

Em fase de projeto

Fábrica da Preformax

Até
R$ 30 milhões

Em fase de concessão de terreno

Loja Assaí

A definir

Em negociação

Fábrica de água
da Coca-Cola

A definir

Em negociação

Cerâmica Rocha Forte

A definir

Em negociação

Mais Sabor

A definir

Em negociação

Pavimentação da rodovia BA-504

R$ 21 milhões

Em finalização

Despoluição e urbanização de margens de rios e lagoas

A definir

Em análise pelo Ministério das Cidades

 

Arena Castelão

Com as obras realizadas em regime de controle de custos e de gestão, baseadas no modelo EPC (Engineering, Procurement and Construction, na sigla em inglês), a Arena Castelão, em Fortaleza (CE), foi o primeiro estádio da Copa do Mundo da FIFA 2014 a ser entregue com 100% dos trabalhos concluídos, com quatro meses de antecipação.

 

 

Inaugurada em dezembro de 2012, o estádio tem área construída de 188 mil m² e 65 mil lugares, todos cobertos. As obras foram realizadas pelo Consórcio Castelão, formado por Galvão Engenharia S.A. e Andrade Mendonça Construtora, em uma PPP (Parceria Público-Privada) com o governo do Estado do Ceará. Além da arena, o contrato incluía a construção da sede da Secretaria Estadual de Esportes no local, de um prédio administrativo e de dois estacionamentos com capacidade para 1.900 veículos.

 

Para produzir chapas de drywall

Com investimentos de R$ 150 milhões, a multinacional alemã Knauf inaugurou em Camaçari (BA) uma nova fábrica de sistemas de construção a seco (drywall), que vai ampliar em 80% a capacidade produtiva da empresa no Brasil. A companhia já tinha uma unidade em Queimados (RJ).

 

Ocupando um terreno de 157 mil m², a planta foi instalada em uma estrutura inacabada, que foi totalmente reformada, somando cerca de 20 mil m² de área construída. A expectativa é que a fábrica gere 150 empregos diretos e indiretos na região.

 

A escolha por Camaçari foi decidida em razão da participação da Bahia no consumo de chapas de drywall no Nordeste. Com a nova fábrica, a demanda pelos produtos na região deve crescer entre 15% e 20% ao ano nos próximos três anos, de acordo com Günter Leitner, diretor geral da Knauf do Brasil. “Esta nova fábrica nos permitirá atender melhor nossos parceiros das regiões Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste. Além disso, estamos próximos da nossa matéria-prima para fabricação do gesso, a gipsita, que é um facilitador de processos e logística da empresa”, afirma.

 

Projeto privilegia versatilidade

A construtora Sertenge  entregou em 2014 a nova sede da DESENBAHIA – Agência de Fomento do Estado da Bahia. A edificação, localizada na avenida Paralela, em Salvador, é composta por térreo, cinco pavimentos e salas de serviços nos três pavimentos de garagem. O projeto privilegiou a versatilidade e flexibilidade.

 

 

Os pavimentos tipo foram executados com pisos elevados nas áreas de trabalho, que permitem a passagem dos dutos de climatização e redes de cabeamento estruturado e elétrica, permitindo e facilitando a adequação de layout sempre que necessário. O auditório foi projetado e construído com material de tratamento acústico com design inovador, que une a elegância da madeira à elevada performance acústica e é produzido em processo sustentável com gestão de resíduos. 

 

A fachada do edifício foi executada em pele de vidro com sistema unitizado e utilização de vidro com alto índice de reflexão de raios UV, proporcionando menor consumo de energia para refrigeração dos ambientes internos. 

Fonte: Revista O Empreiteiro