Ao ser contratada pelo grupo CCR, concessionária do aeroporto de Confins, na Grande Belo Horizonte (MG), para executar o novo terminal de passageiros, a Racional Engenharia ingressa em obras de infraestrutura e ganha uma visibilidade pública. Essa obra acabou por materializar uma previsão de Newton Simões, seu presidente, que falou à revista O Empreiteiro tempos atrás que sua empresa tinha toda a experiência para construir terminais aeroportuários “porque quem fez obras de datacenters, hospitais, shopping centers, entre outros projetos de grande complexidade, tem expertise para desenvolver projetos desse porte”.
O fato de ter uma trajetória de 45 anos construída na execução de empreendimentos privados permitiu que a empresa amadurecesse uma cultura de valorização da engenharia, trabalhando numa interface íntima e sistemática com os projetistas, na melhoria de soluções construtivas e de logística ainda na fase de projeto. As equipes técnicas da Racional utilizam o formato BIM em alguns de seus projetos e estudos, o que facilita sobremaneira a clash detection — ao identificar interferências construtivas antes dos trabalhos efetivos no canteiro, eliminando o retrabalho que é o principal responsável por atrasos e custos adicionais.
Segundo Marcos Santoro, diretor de engenharia, “o uso do BIM só não é maior por que a cadeia de produção dos materiais, sistemas e equipamentos de construção ainda não adotou em massa essa tecnologia, nem a maioria dos contratantes. Essa defasagem precisa ser solucionada para que a engenharia brasileira possa se equiparar à praticada nos países desenvolvidos”.
Newton afirma que a construção do novo terminal de passageiros no aeroporto em Confins inseriu a Racional no circuito das concessionárias privadas, e que ela tem sido procurada para participar ou prestar serviços aos consórcios que estão se articulando para a próxima rodada de concessões aeroportuárias, previstas para o segundo semestre do ano, envolvendo os aeródromos de Fortaleza (CE), Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS).
Ele também acredita que as concessões e PPPs são o futuro das obras de infraestrutura no País, a exemplo do que ocorre nos países desenvolvidos – que a despeito de terem finanças públicas pujantes, preveem aumento crescente de falta de recursos para esta demanda contínua, e buscam de forma permanente a parceria do capital privado. Para isso, o governo precisa fortalecer as agências reguladoras e torná-las independentes, além de simplificar e padronizar os editais e os contratos nestas duas modalidades. “Os investidores querem clareza de regras, por que as concessões e PPPs vão atravessar diversas administrações ao longo do tempo”, reforça Newton.
Newton Simões, presidente da Racional Engenharia
A Racional está pronta para ampliar a sua atuação em infraestrutura — “em parceria com as concessionárias privadas e incorporar nestas obras os padrões de custo, qualidade e prazo típicos de empreendimentos privados”, continua.
Newton lembra ainda que a construtora foi contratada para construir o que é apontada como a mais complexa infraestrutura científica já realizada no País: o novo acelerador de partículas de quarta geração do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas (SP), projetado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Energia e Materiais (CNPEM). Considerada uma estrutura de missão crítica, exige tolerâncias de estabilidade mecânica e térmica sem precedentes.
Fonte: Revista O Empreiteiro
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