PPI paulista projeta R$ 130 bi de aporte em infraestrutura de transportes

PPI paulista projeta R$ 130 bi de aporte em infraestrutura de transportes

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O Programa de Parcerias e Investimentos do governo de São Paulo soma mais de 30 projetos, sendo 14 deles nas áreas de mobilidade urbana e rodovias. Somente em mobilidade urbana os investimentos estimados somam R$ 90 bilhões e, em rodovias, outros R$ 40 bilhões. Edgard Benozatti, presidente da Companhia Paulista de Parcerias, destacou alguns desses projetos durante o Fórum Infra 2024-2026.

“O pipeline de projetos do governo de São Paulo compreende mais de 30 empreendimentos, em áreas como mobilidade urbana, saneamento e energia. Entre eles, estão os trens intercidades, como o TIC Campinas, com contrato já assinado, passando pelos de São José dos Campos, Sorocaba e Santos”, revelou Benozatti, destacando que esses projetos darão origem a 44 leilões até 2026.

Na área de mobilidade, o TIC Eixo Norte compreende a ligação ferroviária entre São Paulo e Campinas. O projeto, que exigirá R$ 13 bilhões de investimentos, dos quais R$ 8 bilhões serão aporte público, compreende o serviço expresso entre as duas cidades, com parada em Jundiaí, além de um sistema parador – trem intermetropolitano (TIM) – entre Campinas e Jundiaí, com paradas em Louveira, Vinhedo e Valinhos. Inclui também a reconfiguração da Linha 7-Rubi, da CPTM, que faz a ligação da Barra Funda com Jundiaí e conta com 17 estações. “O TIC Eixo Norte é um projeto que começou bem-sucedido, teve o leilão já realizado, o nosso parceiro já está iniciando os estudos. É um projeto com nível de capex elevado, um aporte do governo também muito alto, recursos que já estão financiados”, ressaltou Benozatti.

O TIC Eixo Oeste envolve a conexão ferroviária entre a capital e Sorocaba, em um trajeto de 94 km de extensão. Serão necessários R$ 8,5 bilhões para realização dessa ligação. Ainda na fase de estudos, o projeto deverá ter quatro estações e serviço expresso e parador como o TIC Campinas, com demanda prevista de 50 mil passageiros por dia. A previsão do governo é lançar o edital em 2025.

Outro projeto ligado ao transporte por trilhos passa pela concessão das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM, que soma R$ 13 bilhões em investimentos e envolve os atuais 128 km de extensão das três linhas, mais 22,6 km que serão construídos. A Linha 11-Coral deve ser ampliada em 4 km, da Estação Estudantes até César de Souza; na Linha 12-Safira, a extensão será de 2,7 km, de Calmon Viana até Suzano; e na Linha 13-Jade, serão 10,4 km a mais, ligando Guarulhos a Bonsucesso, onde serão construídas quatro estações. A demanda aproximada desse lote, que o governo denomina Alto Tietê, é de 1,3 milhão de passageiros por dia. O edital sai ainda em 2024 e o leilão deverá ocorrer em 2025.

Complementa o pacote ferroviário a concessão das linhas 10-Turquesa, que compreende o trecho entre as estações Brás e Rio Grande da Serra, e a futura 14-Ônix, que terá 32 km de extensão e 27 estações, ligando Guarulhos à região do ABC. No total, esse lote corresponde a 65 km e exigirá R$ 18 bilhões de investimentos e uma demanda estimada de 940 mil passageiros por dia. A audiência pública deverá ocorrer no início do ano e o edital até o final do primeiro semestre de 2025.

A ampliação do metrô envolve o aporte de R$ 45 bilhões de investimentos e a construção de duas novas linhas: 19-Celeste e 20-Rosa, com 54 novas estações e 36 km de extensão. A linha 19 fará a conexão do centro da capital com Guarulhos, em um trajeto de 15,8 km, e terá 15 estações. Já a linha 20 terá 30,2 km de extensão e ligará a zona oeste de São Paulo com Santo André. No total, serão 24 novas estações que integrarão várias linhas. O projeto também contempla requalificação de 101 km de linhas existentes e uma demanda estimada em 5 milhões de passageiros diários.

No segmento de rodovias, o governo paulista organizou seis lotes. O primeiro deles é o Lote Litoral Paulista, que abrange as rodovias SP-088, SP-098 e SP-055, ligando a Região Metropolitana de São Paulo ao Porto de Santos. O projeto prevê: faixa adicional na SP-088, entre a SP-070 e Mogi das Cruzes; faixas adicionais, rampas de escape e acostamentos no trecho da Mogi-Bertioga (SP-098); duplicação da SP-055, entre Peruíbe e Miracatu e de Bertioga a Santos; e vias marginais e conexões Serra-Litoral no trecho Praia Grande a Peruíbe. O projeto compreende 240 km de extensão e exigirá R$ 4,3 bilhões.

Com o encerramento do contrato com a Via Oeste, o governo dividiu a concessão em dois lotes: Nova Raposo e Rota Sorocabana. Nova Raposo conecta a capital à região oeste do Estado, por meio das rodovias Castello Branco e Raposo Tavares. Compreende ainda trechos da SP-029 e a ligação Cotia-Embu das Artes. No total, serão 115 km de extensão. O projeto inclui a implantação de faixa adicional, continuidade de vias marginais e nova solução para a chegada a São Paulo, com diversas obras em desnível na Raposo Tavares e a duplicação da SP-029 e do trecho Cotia-Embu. Serão necessários R$ 9 bilhões de investimentos.

Já a Rota Sorocabana inclui ligações rurais da concessão da Via Oeste e alguns trechos atualmente operados pelo DER-SP. É uma rota de acesso à região sudoeste do Estado. O projeto envolve a implantação de faixa adicional na SP-270 e SP-075, na região de Sorocaba; a conclusão da duplicação da SP-250, entre Vargem Grande Paulista e Ibiúna; a duplicação da SP-250, entre Ibiúna e Piedade, e da SP-079, entre Piedade e Votorantim; faixas adicionais e acostamentos nos trechos de pista simples; correções de traçado, rampa de escape e faixa de subida na Serra de Tapiraí; e o contorno em Juquiá. Serão R$ 7,3 bilhões de investimentos necessários para o projeto, que totaliza 450 km de extensão.

Circuito das Águas é um lote que envolve trechos de rodovias operadas pelo DER-SP, com 395 km de extensão, na região do Aeroporto de Viracopos, em Campinas. Nesse projeto está prevista uma conexão do aeroporto até a região de Vinhedo e ligação entre centros de distribuição no eixo Cajamar-Jarinu. Serão 157 km de duplicação e 63 km de faixas adicionais. A estimativa de investimentos é de R$ 6,7 bilhões.

Completam os projetos rodoviários o Lote Paranapanema, que abrange a ligação entre Itapetininga e Ourinhos pela SP-270, com 211 km de extensão, e prevê a implantação de faixais adicionais, acostamentos, dispositivos e passarelas, com custo estimado de R$ 2,5 bilhões; e a Rota Mogiana, que envolve trechos de rodovias operados atualmente pelo DER-SP e inclui a duplicação de 33 km em um trecho de 17 km de faixas adicionais, além do contorno de Águas da Prata, totalizando 321 km de extensão.

Por fim, a carteira de projetos do PPI inclui o túnel imerso Santos- Guarujá, com 1,5 km de extensão e que exigirá R$ 5,6 bilhões de investimentos, quase todo ele de aporte público, federal e do governo do Estado, tendo como modelo a parceria público-privada. O projeto permitirá a redução do trajeto e de tempo para ligar as áreas urbanas centrais das duas cidades. “O túnel Santos-Guarujá é um projeto prometido desde a década de 1930 e que agora deverá sair do papel, por meio de uma parceria com o governo federal. A previsão é soltar a consulta pública em breve, com edital previsto para o primeiro trimestre de 2025”, revelou Benozatti.

 

 


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