A trading agrícola Amaggi, vai construir sua primeira fábrica de bioinsumos em Mato Grosso, com investimento previsto em R$ 120 milhões. A expectativa é produzir 80 mil litros de bioestimulantes e defensivos biológicos por mês a partir do segundo semestre deste ano.
A planta vai estar localizada no Distrito Industrial de Cuiabá, capital do Estado, em um empreendimento de quatro mil m² com biofábrica e laboratórios de pesquisa e desenvolvimento. Sua estrutura vai incluir uma biofábrica e laboratórios de pesquisa e deve começar a utilizar os produtos da fábrica já na próxima safra, em uma parte das lavouras do grupo. O objetivo é substituir gradativamente os insumos químicos pelos biológicos, o que também pode impactar os custos de produção das lavouras de soja, milho e algodão. A Amaggi cultiva aproximadamente 400 mil hectares na primeira e na segunda safra em Mato Grosso, com produção estimada de 2 milhões de toneladas das três commodities.
O foco inicial da nova fábrica vai ser a multiplicação de bactérias para gerar bioestimulantes e biodefensivos. Entre 90 e 120 dias depois, o empreendimento vai começar a produzir biodefensivos à base de fungos.
Os bioestimulantes são usados para melhorar as características fisiológicas e nutricionais das plantas e incrementar a produtividade. Podem ser usados diretamente nas lavouras, nas sementes e no solo. A ação estimula o desenvolvimento das raízes, favorece o equilíbrio hormonal da produção e a germinação mais rápida e uniforme, e interfere no desenvolvimento vegetal.
“O principal objetivo é reduzir o uso de químicos nas lavouras, em conformidade com as práticas de agricultura regenerativa já adotadas pela Amaggi, visando a saúde e a restauração do solo”, informou a companhia, que já utiliza produtos biológicos, mas não revela quantidade e valores gastos com esses insumos.
“A fábrica vai possibilitar à Amaggi a diminuição da utilização de inseticidas, nematicidas e fertilizantes na produção agrícola, bem como redução na emissão de poluentes”, completou.
A licença de instalação da fábrica foi emitida pela Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso no fim de 2024. A construção da unidade já está em curso. A permissão é para construir até 17.586 m², mas inicialmente serão 4 mil m². Ainda está pendente a licença de operação do empreendimento.
A capacidade de produção total da unidade é de 283,3 mil litros por mês, mas a planta vai começar a operar com 80 mil litros. “A partir do momento que entrar em operação, será possível conhecer melhor o ciclo de fermentação de cada produto, bem como o processo de formulação e envase”, informou a empresa.
Em 2023, a Amaggi chegou a anunciar a implantação da fábrica em Sapezal, no leste de Mato Grosso, mas o plano foi abortado. Segundo a empresa, a mudança do empreendimento para Cuiabá foi motivada por decisão estratégica de olho na operação logística, atração e retenção de talentos. Na capital, a biofábrica fica mais perto da matriz da empresa e com acesso mais fácil ao aeroporto e fornecedores, de acordo com a companhia.
