Um projeto aguardado por décadas e que permitirá o fluxo de pessoas e veículos entre os municípios de Guaratuba e Matinhos, no Litoral do Paraná iniciou suas obras de construção: a Ponte de Guaratuba. Com 1.244 metros de extensão, grande parte da obra será realizada sobre o mar, com a utilização de 3 conjuntos balsa-guindaste.
A obra englobará diversas soluções técnicas de engenharia, vigas pré-moldadas em concreto e balanço sucessivo estaiado. A ponte contará com quatro faixas de tráfego (duas em cada sentido), duas faixas de segurança, barreiras rígidas em concreto, calçadas com ciclovia e guarda-corpo nas extremidades, intensificando a segurança.
A Carioca Engenharia, especializada em grandes obras de infraestrutura, é uma das empresas que compõem o Consórcio Nova Ponte, em conjunto com a OEC e GEL – Goetze Lobato Engenharia S.A., recebendo um investimento de R$ 386,9 milhões e com previsão de conclusão em dois anos.
Carlos Eduardo Campello de Medeiros, gerente de Engenharia da obra, reforça a complexidade do projeto, que contará com até 800 pessoas envolvidas no pico da obra. “A ponte estaiada, contará com 3 km de extensão. Deste percurso, 1,2 km são sobre o mar, tornando o processo ainda mais complexo, com grandes estacas, mastros de 40 metros, calado aéreo de 17 metros e muitos recursos náuticos empregados”, comenta.
Canteiro sustentável e recuperação da vida marinha
A sustentabilidade também obteve destaque no canteiro de obra, com edificações do escritório, guaritas, vestiário, ambulatório, refeitório e laboratório de construção civil, elaboradas a partir de um modelo que utiliza madeira de reflorestamento, como eucalipto e pinus, para neutralizar o dióxido de carbono (CO2). Estima-se que o projeto da ponte terá o equivalente a 28.
892 kg de carbono neutralizado.
A vida marinha também será impactada positivamente, após a conclusão da obra.
Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), estudos ambientais da nova Ponte de Guaratuba apontam benefícios para a fauna marinha local, recuperando um ecossistema prejudicado pelo tráfego intenso de ferry boat e balsas, considerado por estudiosos um fator negativo e de grande relevância no comportamento de animais como golfinhos, tartarugas marinhas, botos e baleias.
“A geologia marinha já seria um grande desafio, mas estamos comprometidos em contribuir para o sucesso deste empreendimento, que promete impulsionar o desenvolvimento do Paraná e recuperar a vida marinha da região”, completa Carlos Eduardo, enfatizando o compromisso com a preservação ambiental e o potencial positivo da nova Ponte de Guaratuba para a fauna local.
