Uma solução para geração de energia limpa e renovável capaz de atender a demanda de 102% do consumo energético atual de um terminal de cargas de um do aeroporto: as placas fotovoltaicas. Administrado pela Vinci, o Terminal Internacional de Cargas (TECA) do Salvador Bahia Airport processa anualmente cerca de 8 mil toneladas de produtos.
Mais de 50 indústrias utilizam o terminal para importações/exportações de insumos, conforme informações da concessionária. Ou seja, operações que acontecem de forma ininterrupta todos os dias da semana, e que demandam a utilização de carregadores elétricos para as baterias das empilhadeiras que movimentam as cargas, elevando o consumo de energia elétrica, somado ainda aos demais equipamentos.
Diante disso, a Vinci Aeroportos, com objetivo de otimizar o consumo de energia elétrica, refrear a emissão de carbono e estimular a aplicação de fontes energéticas limpas, fez o aproveitamento de uma área livre da estrutura de cobertura do TECA para a implantação de um sistema de geração com placas fotovoltaicas.
A instalação do sistema foi concretizada em 2023 sobre a cobertura do terminal internacional de cargas, composto por 1.125 painéis fotovoltaicos, com potência nominal de 425 Wp e potência instalada de 482 kWp, e 04 inversores de corrente contínua para corrente alternada, com 370 kW de potência total, ocupando toda a área de aproximadamente 3540 m2.
Os painéis fotovoltaicos possuem certificação de resistência a corrosão por amônia e salitre (sal do mar carreado em suspensão pelos ventos), o que viabiliza sua instalação em um ambiente muito próximo do oceano e, consequentemente, altamente agressivo para componentes eletrônicos do sistema, tal qual na cobertura do terminal de cargas internacional. Já a estrutura de fixação dos painéis solares de alumínio, aço inox ou aço galvanizado, foi produzida especificamente para aplicações de sistemas de energia fotovoltaica.
A instalação do complexo fotovoltaico tem capacidade de geração de 63.420 kWh/mês ou 761 MWh/ano, o que corresponde a 102% do consumo energético do TECA internacional de Salvador a ser atendido com energia limpa e renovável. Embora a eletricidade produzida seja consumida localmente pelas cargas instaladas na unidade consumidora, nos momentos em que a geração local supera o consumo, a energia excedente é injetada na rede elétrica por meio do ponto de entrega de energia da distribuidora local.
Com isso, durante a noite, o inversor deixa de operar e se mantém em estado de stand-by com o objetivo de minimizar o autoconsumo do sistema.
Quando o sol aparece e o sistema é capaz de gerar energia suficiente, a unidade de controle e regulação inicia a supervisão da tensão e da frequência da rede, começando o processo de geração de energia de forma que a operação dos inversores seja completamente automática.
Dentre as dificuldades observadas durante a evolução do projeto, a Vinci destacou a realização da instalação sem paralisar as atividades rotineiras do terminal internacional de cargas; a montagem de uma escada elevatória na fachada lateral do terminal para transporte das placas solares até a cobertura; e a necessidade de realização de reforço da estrutura da cobertura pelo acréscimo de peso extra.
Após essa instalação, para expandir a redução do consumo de energia, a concessionária adotou uma série de outras medidas em toda a infraestrutura aeroportuária, como por exemplo: a implantação de usina solar (10.800 painéis) para abastecimento de 30% da capacidade do terminal de passageiros; a instalação de vidro insulado em toda a extensão do conector e novo píer, a fim de garantir conforto térmico e eficiência energética, diminuindo a transferência de calor para o ambiente interno, entre outras ações. A implantação do complexo fotovoltaico, em conjunto a outros projetos realizados, rendeu ainda o reconhecimento da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) ao Aeroporto Internacional de Salvador, como um dos aeroportos mais sustentáveis do Brasil por três anos consecutivos.
AUTORES
Ronie Lima – Supervisor de contratos
Paula Maia – Gerente Tecnica
Frederico Mascarenhas – Gerente MEP