“Imagine você, poder trocar toda uma rede de saneamento, sem abrir valas na frente das casas das pessoas, podendo levar água com transtornos mínimos nas ruas. Esse é o MND”. Assim resumiu o engenheiro e consultor, Sérgio Palazzo, sobre as obras executadas pela Sanasa-Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A em diversos bairros de Campinas-SP. Segundo Manuelito Pereira Magalhães Junior, diretor presidente da Sanasa, conforme divulgado no site da empresa, essa ação faz parte do Programa de Redução de Perdas, iniciado pela agência em 1994, e que integra o Plano Campinas 2030, com objetivo de garantir a segurança hídrica da cidade. Até dezembro de 2023, mais de 350 km de redes já foram trocados.
A meta é substituir outros 450 km até final de 2024. “No Jardim Campos Elíseos, em 2023, foi registrada a marca histórica de 300 km de redes de água trocados no nosso governo, em dois anos e meio. Em 27 anos, a cidade trocou 450 km. Vamos chegar ao final do nosso mandato com outros 450 km de redes de água substituídos em Campinas”, afirmou o prefeito Dário Saadi, em nota publicada pela agência. A troca de tubulação da rede se tornou exemplo e tem feito da cidade uma referência em saneamento básico. Além disso, Campinas conta com 100% de água potável, 92% de esgoto coletado e tratado, além de duas estações de produção de água de reuso, através de filtragem feita com mantas filtrantes.
O engenheiro e consultor Sergio Palazzo, que foi um dos pioneiros na introdução da tecnologia MND no País duas décadas atrás, explica que no caso de troca de tubulação no subsolo, sem abrir vala, o MND emprega um dispositivo que destrói o tubo instalado e simultaneamente puxa o tubo novo que vai substituir o anterior, podendo seguir um traçado original. Abre-se um poço de acesso no início do trajeto e outro poço no final do trecho.
005, em Jaguariúna-SP, “A primeira troca de rede de cimento amianto e ferro fundido por PEAD (Polietileno de Alta Densidade) foi em Jaguariúna, onde trocamos um total de mais de 40 km de rede. Lá, a prefeitura perdia 66% da água tratada”.
BENEFÍCIOS GERADOS PELA NOVA REDE
De acordo com a Sanasa, desde 1994, quando começou o Programa de Redução de Perdas, a empresa deixou de captar mais de 611 bilhões de litros de água dos rios que abastecem a cidade, Capivari e Atibaia, principalmente. Esse volume corresponde a 244.400 piscinas olímpicas cheias de água até a borda.
Naquela época, eram retirados, anualmente, 116 bilhões de litros de água para abastecer 800 mil habitantes. Hoje, com quase 1,2 milhão de moradores, o volume captado é de 106 bilhões de litros, ou seja, o sistema opera com menos desperdício, mais eficiência e sustentabilidade. Além disso, a troca das redes também vai diminuir o índice de perda de água na distribuição, que atualmente é de 20% em Campinas, enquanto a média nacional está em 40%. Com a instalação futura de novas redes, a tendência é reduzir ainda mais a perda d’água.
Segundo um estudo do Instituto Trata Brasil, em parceria com a Ex- -Ante Consultoria Econômica e dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continuada Anual (PNADC), produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2013 e 2022, quase 47% das famílias brasileiras ainda não contavam com água potável, banheiros, coleta e tratamento de esgoto.
Aprovado em julho de 2020, o Marco Legal do Saneamento Básico (Lei nº 14.026/2020) atualiza e expande a antiga Lei nº 11.445/2007, com a inclusão de metas de universalização, incentivo à entrada do setor privado e estímulo à regionalização dos serviços. A legislação estabelece como metas de universalização até 2033, que o atendimento seja de 99% da população com água potável e 90% com coleta e tratamento de esgotos.