De energia ao saneamento: obras relevantes e pipeline de novos projetos

Compartilhe esse conteúdo

Os principais temas e projetos de infraestrutura que estão em andamento ou em planejamento para os próximos anos no país, foram apresentados no Fórum Infra 2025, evento realizado em sua 6ª edição pela revista OEmpreiteiro.

 O evento aconteceu no dia 26 de setembro, reunindo importantes concessionárias e contratantes públicos que destacaram não somente obras relevantes em execução, mas, também, os investimentos previstos nos próximos anos. Mais de 300 profissionais de diversas setores da engenharia, bem como de contratantes públicos e privados de infraestrutura, fornecedores de tecnologias e serviços, assistiram às palestras no Centro Brasileiro Britânico, que teve como moderador Sergei Fortes, vice-presidente da Sinaenco (Sindicato Nacional da Arquitetura e Engenharia Consultiva).

 A programação abriu com CTG Brasil, Enel Green Power e Gás Natural de Açu, que dentro da peculiaridade dos seus projetos, mostraram o acerto da política nacional de energia ao longo de décadas, ao privilegiar usinas hidrelétricas desde o princípio, incentivar fontes eólicas e solar em tempos recentes, e abrir caminho para o novo ciclo de termelétricas movidas a GNL (Gás Natural Liquefeito).

A gigante CTG Brasil realiza o maior programa de modernização de hidrelétricas no país, envolvendo as 34 unidades geradoras de Jupiá e Ilha Solteira, localizadas em São Paulo. Um projeto emblemático de 10 anos que envolve mais de 90 fornecedores e empresas de engenharia, pois, poucas unidades geradoras podem ser desligadas de cada vez—conforme autorizado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). A palestra foi conduzida por César Teodoro, diretor de Engenharia da CTG Brasil. Na pauta de saneamento, a Sabesp mostrou como superou o desafio de reduzir a carga de esgotos das comunidades das áreas ocupadas de forma irregular nas margens do Rio Pinheiros, na capital paulista, aplicando tecnologias inovadoras, e com uma modalidade pioneira de remuneração das empresas de engenharia contratadas no programa, aferida através da redução de índices de carga orgânica na água, atestada em laboratório. Essa experiência de sucesso será replicada no Rio Tietê, em uma extensão de cerca de 1.000 km.

 A Sabesp vai alocar R$26,2 bilhões nesses quatro anos, priorizando projetos estruturantes como a despoluição do Tietê, ampliação do ETE Barueri, e da ETA Mambu- -Branco, em Itanhaém, na Baixada Santista. Quem representou a Sabesp foi Paula Violante, diretora de engenharia e inovação.

Logo depois foi a vez da empresa Águas do Rio, do grupo Aegea, que está atuando em uma série extensa de intervenções de campo no Rio de Janeiro, combatendo vazamentos de água nas redes que ocorriam anos a fio. O efeito mais espetacular da sua atuação na canalização de esgotos antes lançados foi a balneabilidade das praias conhecidas em Flamengo, Botafogo e lagoa Rodrigo de Freitas, atestada em tempos recentes por órgão ambiental. A apresentação foi efetuada por Ricardo Bueno, diretor de engenharia.

No bloco de palestras sobre aeroportos, Aena Brasil e Vinci Airports mostraram o acerto na modelagem do programa de concessões por parte da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) nos anos recentes, convencendo essas operadoras globais originárias da Espanha e França a investir pesado na disputa dos aeroportos licitados para concessão. Os investimentos programados pela operadora Vinci atingem R$1,4 bilhão nos sete aeroportos do Norte. A palestrante foi Rafaela Rehem, coordenadora de contratos da Vinci Airports.

Alberto Epifani, coordenador de planejamento e gestão da Secretaria dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, revelou que a CPTM teve uma recuperação de passageiros maior do que a rede do Metrô-SP, no período pós-covid por causa da difusão do home office. Ele também aponta que o futuro do transporte metropolitano sobre trilhos está em aprofundar o conceito de rede, ao invés de pensar em linhas, para atrair novos passageiros através de novas conexões (especialistas acreditam que o passageiro antigo perdido não volta mais). Enquanto o sistema do metrô em São Paulo vai ganhar mais 32 km de linhas, as obras de extensão de linhas e ampliação de estações da CPTM incluem a linha 9-Esmeralda, que ganha mais 4,5 km; ligação da linha 13-Jade à estação Barra Funda; e melhorias substanciais nas estações das linhas 10, 11 e 12.

A projetista Systra mostrou os estudos para segregar os trens de carga dos trens de passageiros na rede Sudeste da MRS, na RMSP, com extensas obras a serem feitas sem interromper o trafego, o que envolverá treinamento em segurança para o pessoal de campo e coordenação sistemática com outros órgãos estaduais e municipais envolvidos. Incluindo a parte Noroeste, MRS vai investir R$2 bilhões nos 90 km de trilhos exclusivos para carga. O palestrante foi Vinicius Clemente, coordenador de projetos da Systra.

A PARS apresentou a palestra ”Infraestrutura Inteligente: O Papel da Conexão Digital e dos Gemeos Digitais”, por Maria Zanella, Newton Caxeta e Renan Silva. A empresa falou sobre a importância da digitalização, conexão de dados e de novas plataformas como BIM e GIS, apresentando cases de sucesso no setor da infraestrutura que aplicaram os modelos.


Compartilhe esse conteúdo

Deixe um comentário