Reciclagem de asfalto com até 20% de RAP: Qualidade e sustentabilidade garantidas

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Projeto da CCR avalia as vantagens econômicas, ambientais e estruturais da utilização do material fresado, conhecido pela sigla RAP (do inglês reclaimed asphalt pavement), para produção de novo piso em rodovias. De acordo com a empresa, esse material apresenta excelentes características mecânicas, podendo ser reutilizado nas atividades de pavimentação. A técnica de fresagem de pavimentos é um dos serviços mais usuais utilizados nas atividades de manutenção e restauração de pavimentos.

O resíduo gerado dessas atividades é o comumente chamado material fresado, RAP ou simplesmente fresado. Basicamente, ele é constituído por agregados pétreos e ligante asfáltico oxidado. A reciclagem dos pavimentos asfálticos, por meio do reaproveitamento do fresado, vem se incrementando no mundo inteiro e também no Brasil, como uma técnica atrativa para restaurar pavimentos existentes. Atualmente, o fresado é o material mais reciclado do mundo, devido à sua extensa geração pelos órgãos rodoviários.

A popularidade dessa técnica deve-se principalmente ao fato de atender aos objetivos atuais da sociedade em reduzir o consumo de recursos naturais, de energia e a emissão de poluentes ao meio ambiente. Existem várias alternativas para reaproveitar o material fresado, desde a sua aplicação em estradas terciárias, na construção de camadas de bases e sub-bases e em pré-misturados a frio. Uma alternativa atrativa é a produção de novos concretos asfálticos a quente, para sua aplicação em revestimentos asfálticos.

Nesse caso, as porcentagens de fresado reciclado oscilam de 10% a 30%, dependendo do material, da usina disponível e do processo de beneficiamento do RAP. Contudo, no Brasil, existem poucos casos ainda de reciclagem de misturas asfálticas usinadas a quente, devido à falta de exigência por parte dos órgãos governamentais, falta de conscientização dos impactos ambientais causados por obtenção de agregados e ligantes asfálticos novos, além de falta de especificações técnicas adequadas.

O Grupo CCR afirma estar comprometido em reutilizar cada vez mais o material fresado e atingir níveis compatíveis com as exigências da sociedade. Assim, desde sua inauguração, o Centro de Pesquisas Rodoviárias tem investigado as alternativas mais apropriadas para incluir a reutilização do fresado nas atividades de manutenção de pavimentos flexíveis.

Recentemente, os estudos de misturas asfálticas quentes recicladas foram intensificados para destinar o fresado na aplicação mais nobre na estrutura do pavimento. Nesse sentido, o objetivo do estudo da CCR é apresentar os resultados obtidos em laboratório do emprego do RAP em misturas asfálticas usinadas a quente.

Na pesquisa, foi elaborado um programa laboratorial de ensaios para avaliar o comportamento de misturas asfálticas recicladas contendo de 15% e 20% de fresado. Os resultados indicaram comportamento mecânico e desempenho à fadiga e deformação permanente similar ao usualmente obtido em misturas asfálticas sem RAP.

Os resultados obtidos em laboratório motivaram a utilização das misturas asfálticas recicladas em atividades de manutenção de pavimentos flexíveis da Rodovia Raposo Tavares durante seis meses.

 A produção das misturas asfálticas foi realizada em uma usina volumétrica de tambor duplo, especialmente adequada para secagem e aquecimento do RAP.

Os resultados da aplicação das misturas asfálticas recicladas com 15% e 20% de RAP mostraram que é possível atingir níveis de qualidade e desempenho similares aos usualmente obtidos em misturas asfálticas convencionais. Conclui-se que a técnica é viável economicamente e possibilita o emprego do material fresado de maneira correta, reduzindo riscos ambientais e diminuindo a demanda de extração de insumos novos da natureza.

Segundo o estudo da CCR, são diversos os benefícios que podem ser obtidos da reutilização do material fresado em misturas asfálticas. Entre eles, estão a redução de emissões de gases de efeito estufa e do consumo de combustível; uso de novos materiais não renováveis, como agregados e o material mais caro na pavimentação, o ligante asfáltico ou cimento asfáltico de petróleo (CAP); e diminuição do descarte do RAP em aterros.

AUTORES
Luis Miguel Gutiérrez Klinsky – Gerente de Pavimentos
Marcos Bottene Cunha – Gerente de Pavimentos
Nelson Soares Neto – Gerente de Pavimentos
Edmilson Gouveia Nunes – Coordenador de Qualidade

 


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