BRASÍLIA – A Velcan Energy, companhia francesa de capital aberto que é listada na Bolsa de Paris, prepara-se para investir até R$ 800 milhões para construir pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) no Brasil. O primeiro projeto – a usina de Rodeio Bonito, em Santa Catarina, com capacidade para gerar 15 megawatts (MW) – começou a sair do papel em agosto do ano passado.
Outras três centrais, em Minas Gerais, aguardam apenas a emissão de licença ambiental pelos órgãos estaduais e deverão ter obras iniciadas entre o fim de 2008 e o início de 2009.
Esses empreendimentos totalizam 90 MW e já têm investimentos programados de R$ 360 milhões. Mas o co-fundador e diretor-geral da Velcan, Jean-Luc Rivoire, avisa que a aposta no Brasil não pára por aí.
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” O objetivo no curto prazo é termos a geração, em 2011, de pelo menos 200 MW ” , diz o empresário, já com pleno domínio da língua portuguesa. Serão sete ou oito usinas e ele calcula em R$ 4 milhões o valor médio a ser investido para cada megawatt de potência instalada. Pequenos aproveitamentos hidrelétricos em Minas, Espírito Santo, São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso estão em análise.
Por enquanto, a idéia é apostar na compra dos direitos de outorga concedidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a empreendedores que não tiraram da gaveta essas PCHs. Rivoire afirma que mais à frente, porém, a Velcan poderá fazer novos estudos de inventário para identificar potenciais aproveitamentos hidrelétricos, em especial na região Norte. ” A única questão é resolver os custos de transmissão.
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O plano da companhia francesa é vender a energia produzida no mercado livre, do qual participam grandes consumidores industriais. A eletricidade da PCH de Rodeio Bonito e das três usinas mineiras ainda não foi negociada. ” Estamos segurando um pouquinho, mais uns seis a oito meses ” , diz Rivoire.
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Todos os projetos serão cadastrados junto ao governo brasileiro para obtenção de créditos de carbono. Com isso, a idéia da empresa é vender na Europa cotas equivalentes à poluição que deixou de ser gerada no Brasil, por meio de uma fonte limpa como a energia hidráulica.
” É uma motivação que justifica o investimento ” , comenta. ” Sem créditos de carbono, talvez os empreendimentos sequer fossem viáveis. “
Na Índia, onde a Velcan tem a concessão de seis projetos com capacidade total de 500 MW, duas usinas a biomassa (movidas a casca de arroz, resíduos de algodão e de madeira) geram 15 MW cada e já têm créditos vendidos na Europa. Além do Brasil, a Velcan, criada em 2005 também com investimentos de fundos de investimento da Inglaterra e dos Emirados Árabes, já entrou na Índia e estuda participações ” em pequenos países da Ásia, África e América Latina ” , acrescenta Rivoire – sem entrar em detalhes.
Segundo ele, a taxa real de retorno dos investimentos (descontando a inflação) é de 13% no Brasil e chega a 26% na Índia.
” Lá os custos e os riscos são maiores ” , diz o empresário francês. A intenção da Velcan é diversificar suas apostas e por isso continua analisando a entrada em outros países – pelo menos por aqui, os investimentos serão feitos com capital próprio.
Rivoire justifica o interesse no país por causa do crescimento da economia e porque ” ninguém tem dúvidas dos 4.000 MW a 5.000 MW que o Brasil precisará por ano para sustentar esse crescimento ” .
A classificação das PCHs – até 30 MW de potência instalada – não as dispensa de EIA-Rima (estudo de impacto ambiental) para que sejam construídas. Rivoire não teme a burocracia brasileira nem a suposta lentidão na avaliação dos órgãos ambientais.
” Na França não é melhor ” , sorri. Ele prefere não traçar cenários sobre um eventual racionamento de energia e nem tem a pretensão de que as PCHs sejam a salvação da pátria. ” Sabemos que não são essas usinas que vão resolver o problema, mas acredito que podemos ajudar. “
Fonte: Estadão
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