Em sua derradeira prestação de contas na condição de presidente do grupo siderúrgico Usiminas, o engenheiro Rinaldo Campos Soares apresentou os resultados de 2007 do conglomerado, nos quais se destaca o lucro líquido de R$ 3,2 bilhões. O montante foi 26% superior ao do ano anterior e se constitui no segundo maior nos 45 anos da organização. Um dos responsáveis pelo incremento foi o aumento do preço médio da tonelada de aço, que passou de R$1.564,00 para R$1.743,00.
Soares será substituído em 29 de abril por outro engenheiro, Marco Antônio Castello Branco, que atualmente é membro do conselho de administração do grupo siderúrgico francês Vallourec & Mannesmann no Brasil. A organização é proprietária de uma usina na capital mineira, que no passado pertenceu ao grupo alemão Mannesmann, sediada em Belo Horizonte. A multinacional, especializada na produção de tubos de aço sem costura para a indústria petrolífera, também iniciou a construção de outra usina, há 45 dias, no município de Jeceaba, igualmente em Minas Gerais.
O Sistema Usiminas é o maior complexo siderúrgico de aços planos da América Latina e líder do mercado nacional, com mais de 50% de participação. Entre as suas 17 empresas, sobressaem as siderúrgicas Usiminas, localizada em Minas Gerais, e a Cosipa, com sede em São Paulo. Em 2007, as duas empresas produziram 8 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos, com alta de 0,6%. A receita líquida, porém, alcançou R$ 13,8 bilhões, um crescimento de 11% ante 2006.
Segundo o dirigente, o setor automotivo foi o seu principal cliente, que absorveu 40% da produção, ou 3,2 milhões de toneladas. “Em decorrência do aumento do consumo interno, tivemos que reduzir as exportações, que caíram de 33% da produção em 2006 para 23%.”
O presidente da Usiminas considerou natural a sua substituição depois de 19 anos à frente da empresa, que foi sua única empregadora por 40 anos. Ressaltou que a siderúrgica apresentou grande crescimento no período e que, entre julho de 2002 e janeiro de 2008, as ações na bolsa de valores se valorizaram em 3.553%. Soares afirmou que não se aposentará. Vai ocupar uma vaga no conselho da companhia, como representante da Caixa dos Empregados, que é um dos acionistas do grupo de controle da Usiminas.
Segundo disse, somente no último ano em que dirigiu a empresa, a Usiminas conquistou o Grau de investimento (Investment Grade) das três principais agências de avaliação de risco de crédito do mundo, que são a Moody´´s, Standard & Poor“ s e Fitch Ratings. Também se tornou a única siderúrgica das américas a integrar o prestigiado índice global Dow Jones de Sustentabilidade, da Bolsa de Nova York.
Soares observou que o Ebitda da empresa atingiu R$ 5 bilhões no acumulado de 2007, um crescimento de 15% em comparação a 2006. A empresa irá investir, já a partir deste ano, US$ 750 milhões na ampliação da capacidade da mineração J. Mendes, recém adquirida, para que a produção de minério passe dos atuais 4,5 milhões de toneladas para 29 milhões, dentro de cinco anos. O investimento inclui a construção de um ramal ferroviário de quase 30 quilômetros para escoar o minério.
Fonte: Estadão
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