Depois da siderúrgica do Pecém e da Refinaria Premium 2, o Ceará deve entrar em uma nova grande disputa no Nordeste. Deste vez, será pela instalação de uma usina nuclear, que faz parte do Plano Nacional de Energia 2030 (PNE – 2030), do Ministério de Minas e Energia.

Conforme o diretor de Estudos da Energia Elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), José Carlos de Miranda, em 2009 deve ser definido o local para a usina com capacidade de gerar 1 gigawatt (GW) – 1000 megawatts – de energia elétrica, isso corresponde ao que os projetos eólicos do Estado devem fornecer até o próximo ano.

"O Plano Nacional de Energia coloca, inclusive, duas usinas nucleares no Nordeste até 2030. Os estudos vão se iniciar agora em outubro ou novembro para definir localização de uma futura plana nuclear. O Ceará está na concorrência", garantiu.

A força do Estado como candidato a receber o projeto nuclear está no urânio existente na mina de Itataia, em Santa Quitéria, que terá uma usina para extrair minérios no primeiro trimestre de 2012. Quando estiver a todo vapor, a produção de urânio em Itataia deve chegar a 1,5 mil toneladas por ano.

"O Ceará precisa gerar energia. Nossa meta é mudar, radicalmente, o fato de o Ceará gerar praticamente zero de energia", comenta o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado do Ceará (Adece), Antonio Balhmann. Para isso, ele diz que o Estado deve ter como estratégia "um pé na atualidade e um pé no futuro".

Balhmann prevê que, em oito anos, o Ceará deve ter, contando com a usina nuclear, mais de 4 GW de energia deve ser gerados com os projetos do Estado: termelétricas, parques eólicos e solares, além da geração hidrelétrica. Tudo isso é mais do dobro do que deverá ser a demanda. Por isso, o Estado, reitera Bahlmann, será um vendedor de energia.

"A (energia) nuclear é uma fonte adicional e as tecnologias atuais são seguras. Além disso, esse tipo de geração de energia cresce no mundo inteiro. Nós temos a base dessa usina, que é o urânio de Itataia", diz, assegurando que o Ceará deve entrar com toda força na disputa, pois e há o interesse do Governo.

Fonte: Estadão