As Bolsas de Valores da Ásia fecharam em alta nesta quarta-feira com a vitória do democrata Barack Obama nas eleições dos Estados Unidos. Para analistas, os investidores ficaram animados porque a vitória do sucessor de Geoerge W. Bush pode trazer novos ânimos para a economia americana, em meio à pior crise financeira do país desde 1929.
Para o continente, a saúde da economia americana é importante pois trata-se do maior importador dos produtos produzidos no continente.
Em Tóquio (Japão), a principal Bolsa do continente, a alta foi de quase 4,5%, a maior em um único dia em mais de três semanas. A Bolsa de Hong Kong avançou 3,17%. Na Austrália, a Bolsa subiu 2,82%; a Coréia do Sul fechou em alta de 2,44%; a China tinha ganhos de 3,16%.
“Estamos bastante animados com a nova direção do mercado. Acredito que os investidores e os fundos retomarão as comprar agressivamente até o fim do ano”, afirmou Alex Tang, da Core Pacific-Yamaichi em Hong Kong. “Os investidores esperam que Obama faça mudanças para ajudar a economia.”
Grande parte dos ganhos ocorreu porque os investidores crêem no fim das incertezas políticas com a eleição do democrata. “É um motivo para o mercado subir, já que há menores incertezas e maior confiança em ganhos no curto prazo”, disse Frank Gong, da filial do JP Morgan em Hong Kong.
Bolsas americanas
Os ganhos na região Ásia-Pacífico seguiram as altas registradas nas Bolsas americanas. O mercado americano praticamente desconsiderou as más notícias, animado com a expectativa de um novo ocupante para a Casa Branca.
O Dow Jones Industrial Average (DJIA), principal indicador da Bolsa de Nova York, avançou 3,28%, aos 9.625,28 pontos, e atingiu o patamar mais elevado em quatro semanas. O Nasdaq, índice de alto componente tecnológico, subiu 3,12%, aos 1.780,12 pontos, e o S&P 500 ganhou 4,08%, aos 1.005,75.
Esta foi a maior alta do Dow Jones em um dia de votação presidencial, batendo o 1,2% de ganhos em 1984, quando Ronald Reagan derrotou Walter Mondade. Para alguns analistas, o mercado reagiu à aproximação do desfecho da histórica eleição presidencial nos Estados Unidos, com investidores esperançosos de que um novo líder traga soluções para a crise financeira. Outros, no entanto, apostam na antecipação de ganhos no fim de ano.
Eleição
O democrata Barack Obama foi eleito no começo da madrugada desta quarta-feira o primeiro presidente negro dos Estados Unidos e o 44º da história do país. Com um discurso baseado na mudança, Obama entrou como preferido na disputa presidencial contra o veterano republicano John McCain.
A vantagem, apontam analistas políticos, foi consolidada pelo estouro da crise financeira, em meados de setembro, com a quebra do tradicional banco Lehman Brothers. “Nenhum dos dois [presidenciáveis] realmente apresentou uma solução real para a crise em curto prazo, mas Obama foi quem mostrou melhor aos eleitores que era capaz de retomar o crescimento da economia americana”, disse Donald Kettl, professor de ciência política da Universidade da Pensilvânia.
Para o professor, Obama criou uma imagem de otimismo e tranqüilidade que os americanos queriam ver em seu candidato. “Ele é um político muito bom, mostrou que é calmo e inspirou confiança com sua retórica afiada. Obama se tornou um movimento político”, disse, em entrevista por telefone à Folha Online, da Filadélfia.
Obama se beneficiou ainda do erro do rival republicano que, meses antes da crise financeira abalar a economia mundial, admitiu que a economia não era seu ponto forte e foi duramente criticado.
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