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Pelo menos por enquanto, esse cenário não assusta fabricantes e importadores brasileiros de máquinas e equipamentos, que terão um 2008 de ouro. A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) prevê uma expansão de negócios de 25% neste ano e a Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei), de 20%. Para o ano que vem, no entanto, o balanço oscilará entre o azul e o vermelho. A Abimei projeta que suas encomendas encolherão 20% e a abimaq espera repetir os números de 2008.
Para a Abimaq, a crise financeira internacional interromperá um ciclo de crescimento que já dura quatro anos. “Temos crescido uma média de 14% a 15% ao ano, com exceção deste exercício, quando devemos registrar expansão de 25%”, afirma José Velloso, 1º vice-presidente da entidade.
Velloso acredita que, por trabalhar no médio e longo prazo, a indústria nacional de máquinas e equipamentos conseguirá, em 2009, repetir a performance de 2008. “Os pedidos já colocados garantirão o faturamento do setor até maio. Depois disso, pode haver queda no ritmo de atividades, o que repercutirá no resultado de 2010, já que vendemos agora para faturar lá na frente”, justifica o dirigente. Ele prevê, para 2010, uma queda de 5% a 10% na produção de máquinas e equipamentos.
Uma das maiores incógnitas para a indústria brasileira de máquinas é como se portarão as exportações, responsáveis por cerca de 30% do faturamento do setor. “Aproximadamente metade dos nossos embarques seguem para Estados Unidos e União Européia, os dois mercados mais atingidos pela crise financeira”, justifica Velloso.
Na Abimei, associação que reúne importadores de máquinas-ferramenta e equipamentos industriais que registrou faturamento de US$ 2 bilhões em 2007, os pedidos já colocados garantirão uma virada de ano tranqüila, segundo o diretor Daniel de Carvalho. “Nossa previsão de faturamento de US$ 2,4 bilhões para este ano está mantida, porque as encomendas garantirão negócios até pelo menos fevereiro próximo.”
Volatilidade do dólar
Carvalho esclarece que, mais do que a desvalorização do real frente ao dólar, o que tem atrapalhado mesmo as negociações neste momento é a alta volatilidade da moeda norte-americana. “Não estamos registrando cancelamentos, mas os clientes pedem para segurar um pouco o embarque”, conta. Isso se deve à combinação de juros altos dos financiamentos – eles subiram de 1% para 3%, segundo o dirigente – e desvalorização do real, que tornou os bens importados mais caros.
Em 2008, o maior cliente da Abimei foi o setor automobilístico, situação que deve se repetir neste ano. Na outra ponta, Carvalho acha que as encomendas do setor sucro-alcooleiro cairão, assim como as da área de petróleo.
“Com a queda do preço do barril, é provável que eles pisem no freio.” O custo do barril do petróleo está em queda livre. Depois de atingir seu ápice do ano em 3 de julho (US$ 145,29), fechou o último dia 6 cotado a US$ 60,77.
Para a abimaq, a indústria sucro-alcooleira também deve registrar retração em 2009. “Desde setembro ela dá mostras de que isso pode acontecer. Comenta-se que a inadimplência já supera os 15% e que várias indústrias estão cancelando pedidos.
De 40 novos projetos de usina no Estado de São Paulo, 20 teriam sido cancelados”, diz José Velloso. Também aqui há o efeito petróleo. “Com a queda do preço do barril, o álcool perdeu competitividade.
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” Ele também acha que o segmento de máquinas agrícolas tende a segurar as vendas do setor. “Além do problema da inadimplência, o preço das commodities está caindo.
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Na opinião do vice-presidente da abimaq, a mudança de patamar do câmbio pode reduzir as importações de máquinas em 2009. “Isso trará mais competitividade ao equipamento nacional.”
Fonte: Estadão
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