O Complexo Rio das Antas é formado pelas usinas Monte Claro, Castro Alves e 14 de Julho. As três terão uma potência instalada de 360 megawatts, significando 10% da atual demanda de energia do Estado. O projeto, que tem a comunidade local como público-alvo beneficiado, está sendo desenvolvido por bolsistas do Programa Unificado de Iniciação Científica, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e por voluntários. Todos os meses eles recolhem suas ferramentas de escavação e suas malas, partindo com destino ao Norte do Estado.
O professor e coordenador do Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas (Cepa) da Unisc, Sérgio Klamt, explica que já foram encontrados 55 novos sítios arqueológicos nas usinas trabalhadas, dois desses intactos. Para se ter conhecimento da importância do achado arqueológico, o professor ressalta que foram o segundo e terceiro sítios intactos descobertos em toda a sua experiência como arqueólogo.
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O primeiro deles é o quarto sítio escavado em todo o Estado e foi objeto de uma dissertação de mestrado. “Por isso eu considero importante esse projeto.
Se não fosse esse trabalho, esses sítios não teriam sido encontrados e ficariam encobertos pelas águas das usinas.”
Ganhos
Uma das formas de buscar a valorização dos novos dados descobertos é a educação patrimonial, desenvolvida por meio de exposições temporárias, palestras e oficinas para professores, alunos e população em geral. A intenção é fazer com que a comunidade tenha acesso aos estudos, visando promover a cultura histórica e arqueológica presente no local do empreendimento.
Tendo um impacto mínimo sobre a população, por causa da profundidade e da pouca dispersão superficial, os empreendimentos desse porte, além de proporcionarem o abastecimento elétrico, possibilitam a pesquisa de caráter educacional e cultural. “Em qualquer parte do mundo, a construção de uma usina hidrelétrica significa ganhos e perdas”, comenta.
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“Os ganhos são evidentes, pela geração de energia. As perdas, especialmente as afetivas, as sociais e as culturais, são menos visíveis, mas não menos dignas de compensação”, diz Klamt.
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Sem esses empreendimentos, conforme o professor, a Arqueologia estaria andando a passo de tartaruga, pois as ciências humanas recebem poucos recursos dos órgãos de fomento.
Fonte: Estadão
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