O comportamento dos preços internacionais do petróleo é uma das grandes incógnitas econômicas deste ano que se inicia. Da mesma forma que ninguém poderia esperar que a cotação do barril batesse em US$ 147 em 2008, também a rápida queda para menos de US$ 40 surpreendeu a todos. O mais provável é que o óleo volte a oscilar em torno de US$ 70.
Essa é a opinião de alguns especialistas que costumo escutar. Perguntei ao ex-diretor de exploração e produção da Petrobras, José Coutinho Barbosa, qual era a expectativa dele em relação à tendência do mercado, e tive como a resposta a provável volta da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) como fiel da balança.

Na avaliação de Coutinho, a Arábia Saudita deve forçar a Opep a aumentar a participação dos países que compõem o cartel, hoje da ordem de 44%, na oferta internacional. Essa fatia poderia se elevar até 51%.
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Os sauditas triplicaram o número de sondas que possuíam e completaram os poços horizontais que lhes permitem produzir a quantidade que desejarem.
Em um prazo relativamente curto, os sauditas poderiam ampliar sua produção para cerca de 12,5 milhões de barris de petróleo por dia (seis vezes mais do que o Brasil produz) e com isso poderiam dar as cartas dentro da Opep, levando os demais membros da organização a se ajustarem ao patamar de preços que lhes convier.

O óleo dificilmente se manterá nas cotações em que se encontra porque isso iria paralisar uma série de investimentos no setor. E aí teríamos o preço do barril explodindo novamente, superando a casa de US$ 150 (chegando a US$ 200 por volta de 2015.

Até a crise financeira internacional explodir em setembro, a indústria automobilística brasileira vinha vendendo carros e caminhões em ritmo alucinante, com a produção registrando taxas de crescimento de 20% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
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Esse ritmo teria de diminuir com ou sem crise, por causa do risco de caos urbano. Quando se compara as estatísticas entre os países, o Brasil aparece com um enorme mercado potencial: enquanto nos Estados Unidos há um carro para cada dois norte- americanos, aqui essa proporção é um para cada nove brasileiros.

No entanto, é preciso considerar que o Brasil tem hoje uma enorme concentração em poucos centros urbanos. Metade da população do país vive em cem cidades, e apenas 50 delas respondem por 50% do Produto Interno Bruto (PIB). Ou seja, a outra metade da renda é gerada e distribuída por mais de 5.
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400 municípios.

Assim, embora sejamos um país com imenso território, a maior parte dos veículos circula dentro das regiões metropolitanas ou nas estradas do Sudeste. Com esse adensamento populacional, não há espaço físico para circulação de tantos veículos e o resultado é o congestionamento crônico nas vias, gastos além da conta com combustível e aumento da poluição atmosférica.

Desse modo, como estratégia para impulsionar a indústria automobilística no país, as autoridades e as empresas deveriam buscar iniciativas voltadas para a renovação da frota, com veículos mais modernos e menos poluidores. Só no caso dos caminhões isso já significaria um crescimento de 50% na produção em cinco anos.

Ernane Galvêas, que passou grande parte da sua vida profissional na antiga Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc) e depois no Banco Central, que presidiu antes de assumir o Ministério da Fazenda, lembra que a retração dos empréstimos destrói depósitos, e é por isso que a economia mundial vive hoje um período de grave redução de liquidez. A concessão de créditos é que cria depósitos, expandindo os meios de pagamentos. Quando os empréstimos são resgatados e não resgatados, há uma destruição de depósitos e meios de pagamento. O cerne da crise continuará sendo financeira, até que os bancos se sintam confiantes para voltar a emprestar.

Galvêas é, há vários anos, um dos principais conselheiros da Confederação Nacional do Comércio (CNC), presidida por Antonio Oliveira Santos.

Meu último compromisso profissional em 2008 foi almoçar com os dois, e mais o Carlos Thadeu de Freitas (economista chefe da CNC) e a assessora Cristina Calmon, colega de muitas jornadas jornalísticas (embora eu seja bem mais velho que ela).

Ouvir a voz da experiência nessas horas é fundamental. Galvêas, que tinha tudo para ter se tornado um monetarista obsessivo, não esqueceu as lições aprendidas no governo, mas hoje é superantenado com o que acontece na economia real, e, por isso, recomenda toda atenção com a questão do emprego nesse período de crise. O Brasil precisa gerar 2,5 milhões de novos empregos por ano, lembra ele, para que as condições sociais melhorem. Santos acha que escaparemos dessa, pois temos bens essenciais para a sobrevivência da humanidade: alimentos, fontes de energia, minérios. Foi um prazer reencontrar e conversar com esse grupo, discreto e lúcido sobre os rumos do país.

Fonte: Estadão