Numa reunião realizada na última sexta (06-02), no Palácio Alencastro, o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, juntamente com a presidente do IPDU, doutora Adriana Bussiki, secretário-especial do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), João Vieira, e membros da empresa Mudar, discutiram detalhes referentes à construção de 15 mil habitações populares na Capital, denominada ‘Vila Real Senhor Bom Jesus do Cuiabá´, na região Sul da cidade. Esse nome foi escolhido em face da proximidade da área, de 400 hectares, do Rio Cuiabá, a 2,5 Km do Residencial Parque Cuiabá.

Conforme o secretário João Vieira, trata-se de um projeto de grande envergadura, orçado em R$ 700 milhões, resultante de parcerias público/privada, envolvendo os governos municipal, estadual e federal. “É uma nova cidade dentro de Cuiabá, moderna e eco-eficiente. Vai abrigar cerca de 60 mil pessoas, gerando, na fase de construção, 30 mil empregos diretos e 45 mil indiretos. Movimentará, de forma extraordinária, a área da construção civil”.

A empresa Mudar tem prazo de 120 para aprovação desse projeto e início das obras, que devem durar aproximadamente três anos, cálculos dos engenheiros. João Vieira salienta que o projeto é mais extenso do que se imagina, tornando-se já referência nacional. “É uma iniciativa modelo. A doutora Adriana Bussiki vai comandar e aprovar o Plano Urbanístico que a empresa Mudar está apresentando à Prefeitura, que adquirirá cinco mil casas – destas 15 a serem construídas – para abrigar famílias que moram em faixas de risco na Capital, às margens de 21 córregos”.

Ele ainda afirmou que o Plano é tão audacioso ‘e primoroso, tecnicamente´, que a empresa Mudar irá apresentá-lo ao Ministério das Cidades, em Brasília, na próxima semana. “O restante do Brasil, com certeza, vai copiar esse modelo, pois tem uma conotação social muito ampla, observando-se todos os pré-requisitos de preservação ambiental”.
O prefeito Wilson Santos disse que a Prefeitura de Cuiabá está, mais uma vez, ‘compartilhando de uma parceria voltada a amparar a área social do município´, e o Palácio Alencastro dará suporte logístico ao projeto. Informou ainda que vai enviar à Câmara Municipal, para aprovação, uma mensagem em que o Município estabelece essa área do futuro residencial como Zona Especial de Interesse Social. Isso significa isenção de todos os impostos municipais.

O gestor entende que um Projeto do tipo realmente atende a critérios que estabelecem contínua assistência às famílias menos favorecidas de um município, “resguardando o meio ambiente e garantindo a desenvoltura progressista da cidade, sem comprometer projetos previamente traçados nesse sentido, a exemplo do Plano Diretor”.

Segundo Wilson, a Prefeitura também estará buscando recursos federais em Brasília, com a finalidade de proporcionar ‘mobilidade urbana ao projeto de construção destas 15 mil novas casas na região da Lagoa Trevisan (onde se localiza a área). “Faz-se necessário a construção de novas avenidas no entorno deste residencial que está sendo projetado, pois isto facilitaria e desafogaria o fluxo de veículos rumo ao centro e outras regiões da Capital”.

Uma das futuras avenidas já está previamente batizada de Beira-Rio Sul, e terá uma nova ponte sobre o rio Coxipó, próximo ao Praeirinho. Já uma segunda avenida, a Contorno Sul, sai no Distrito Industrial em direção ao bairro Pedra 90. Ambas estão previstas no Plano Diretor de Cuiabá, elaborado pela doutora Adriana Bussiki, presidente do IPDU – Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Urbano.

“No geral, estamos falando de uma obra revolucionária, que impactará, de forma positiva, em termos de infra-estrutura, aquela região e adjacências”, explica o secretário João Vieira. A cinco quilômetros da área em que estas habitações serão edificadas, ressalva, será construído o novo Campus Universitário da UFMT, dotado de Hospital Universitário, obras já lançadas. “Os reflexos econômicos são, portanto, expressivos”.

Uma das preocupações da Municipalidade é levar avante este projeto sem que ele possa causar qualquer dano ao meio ambiente. No caso da nova Avenida Beira Rio Sul, ela sai da Rodovia dos Imigrantes e faz um contorno técnico no São Gonçalo Beira Rio, despontando antes do Hotel Fazenda Mato Grosso, já estruturada com ponte.

Fonte: Estadão