A intenção das mudanças do grupo controlado pela família Ermírio de Moraes é separar as atividades financeiras de execução das de controle. Foi criado ainda um cargo no âmbito do conselho de administração da Votorantim Participações para gerenciamento de riscos.
A divisão da área financeira e a nova diretoria de gestão de riscos ocorre meses depois de o conglomerado ter admitido perdas de R$ 2,2 bilhões com operações com derivativos, causadas pela forte desvalorização do real no fim do ano passado. A mudança segue o mesmo rumo adotado pela Aracruz, que também dividiu sua área de tesouraria da controladoria, após as perdas bilionárias com derivativos.
"O grupo Votorantim acaba de promover uma reformulação na estrutura de sua holding para se adequar às melhores práticas de governança " , disse a organização, em comunicado enviado ontem a noite à imprensa. O grupo não deu entrevista sobre as mudanças.
A nova diretoria financeira e de relações com o mercado da Votorantim será ocupada por João Miranda, um executivo que já respondeu pela área de corporate do Citibank, onde estava desde 1998. O cargo de diretoria de controladoria e gestão de caixa ficará com Luis Felipe Schiriak, que nos últimos cinco anos respondeu por toda a área financeira do conglomerado.
Segundo apurou o Valor, cabia a Schiriak a decisão de gerenciar as aplicações do caixa único do grupo, centralizado na holding. O caixa da Votorantim somava R$ 10 bilhões no começo de outubro. Foi sob a gestão do executivo que o grupo acumulou as perdas com derivativos.
Os dois executivos vão se reportar ao diretor-geral da Votorantim Industrial, Raul Calfat. Responsável pela conclusão da compra da participação de 28% da Aracruz e a venda de 14% da CPFL Energia, Calfat teve sua confiança referendada por parte da família Ermírio de Moraes.
A Votorantim convocou ainda o executivo Wang Wei Chang para a nova diretoria de gestão de riscos, que será ligada ao conselho de administração da Votorantim Participações.
Chang, ex-vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Perdigão, terá a incumbência de apoiar os integrantes da família Ermírio de Moraes na avaliação e sistematização de procedimentos de riscos em todas as operações grupo, que inclui não apenas as áreas industriais (papel e celulose, metais, suco de laranja e cimento), mas também ao Banco Votorantim e à divisão de novos negócios.
Fonte: Estadão
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