O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou nesta quarta-feira (18-02) o maior financiamento dado a um único projeto em sua história. O banco deu sinal verde para um crédito de R$ 7,2 bilhões para a usina hidrelétrica Jirau, que será erguida no rio Madeira (RO).

O banco financiará 68,5% do total previsto para a unidade.

Pouco mais de R$ 3,6 bilhões serão liberados diretamente pelo banco, e outros R$ 3,6 bilhões de forma indireta, garantida por um pool de bancos — Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco BBI, Unibanco e Banco do Nordeste.

A usina terá capacidade de geração de 3.

300 MW (megawatts) e faz parte do complexo do Rio Madeira, que contará ainda com a hidrelétrica Santo Antônio, com potência de 3.150 MW. O BNDES já havia liberado R$ 6,1 bilhões para Santo Antônio. A concessão para a construção das duas hidrelétricas foi liberada no ano passado.

O financiamento será liberado em até seis meses para o consórcio Energia Sustentável do Brasil, formado pelas empresas Suez Energy, Eletrosul, Chesf e Camargo Corrêa.



O diretor de Infraestrutura do BNDES, Wagner Bittencourt, estimou que o banco deverá liberar R$ 30 bilhões para projetos nessa área. No ano passado, foram desembolsados R$ 19 bilhões para projetos de infraestrutura.
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Ele destacou que a demanda nesse segmento é cada vez maior, e que não está diretamente relacionada à falta de crédito no mercado.
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“Temos uma demanda forte, que pode sim, ter impacto de outros projetos que iriam para outros mercados. Mas a maior parte da infraestrutura no país é apoiada pelo BNDES”, observou.



Conservador

Os R$ 30 bilhões previstos para a área de infraestrutura são “muito conservadores”, na avaliação de Bittencourt, e os números finais poderão ficar acima desse patamar. Os novos projetos da Petrobras, que receberão em torno de R$ 25 bilhões do banco este ano, não estão incluídos nessa conta.

Bittencourt disse ainda que o banco não vem percebendo retração nos investimentos em infraestrutura, e que a perspectiva para o primeiro semestre é que mais projetos importantes recebam crédito.

“Nossa agenda está a mil por hora. A demanda por financiamentos em infraestrutura tem crescido. Os projetos no país são considerados de alta atratividade. São bons projetos com baixo risco”, argumentou.
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Fonte: Estadão