O PT contra-atacou ao pacote divulgado pelo governador José Serra (PSDB) e lançou na última semana uma versão paralela do PAC Paulista. A direção estadual do partido considera as medidas "tímidas" e "tardias" e cobra o incremento de políticas sociais no ápice da crise.

"O Estado mais forte do País não pode ter uma posição tão tímida quanto vinha tendo. Hoje 44% dos desempregados, por conta da crise, são de São Paulo", afirma o presidente estadual do PT, Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara.

O dirigente reuniu os prefeitos da legenda na quarta-feira na Capital para respaldar o documento que inicia o desenho da agenda petista para o ano eleitoral.

"Nós entendemos que as medidas do governo poderiam ser mais arrojadas. Em relação à área social, as iniciativas foram muito frágeis. O governador contingenciou R$ 1,5 bilhão do orçamento, o que atinge diretamente a área social."

Para o presidente do PT, parte das ações anunciadas por Serra já sofre contingenciamento antes mesmo de entrar em vigor.

"A Nossa Caixa teria um papel estratégico. Mas 60% dos recursos da Agência de Desenvolvimento foram contingenciados e o governo não tem hoje um instrumento para agir diante da crise."

Os petistas defendem que seja turbinado o programa de construção de casas populares por meio da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), que detém verba ‘carimbada” para as obras.

"A CDHU, por exemplo, não foi mobilizada. O governo Lula lançou pacote de 1 milhão de casas, mas não se viu o mesmo esforço aqui, pois a estatal tem 1% do ICMS carimbado."

Na avaliação de Edinho, o incremento de programas sociais traria benefícios a setores vitais da economia no Interior. "Propomos que o governo amplie os programas sociais. O Estado tem condição de capacitar 100 mil desempregados. O Viva-Leite, se intensificado, pode melhorar a situação de pequenos produtores, da agricultura familiar. O Estado tem condições de gerar 1 milhão de empregos só ao estimular a economia familiar."

Vigor – O PT quer ainda que sejam revigoradas as câmaras setoriais, com objetivo de unir forças em prol da manutenção do nível de emprego no Estado.

"Em vez de o governo agir como bombeiro, socorrendo uma ou outra empresa, poderia criar um espaço nas câmaras setoriais em que todos os segmentos possam discutir medidas para atenuar os efeitos da crise e se antecipando aos problemas das cadeias produtivas. Infelizmente, o governo do Estado não exerce este papel de liderança."

Fonte: Estadão