O Brasil tem sido apontado por especialistas de todo mundo como um dos países emergentes mais indicados para receber investimentos. Os executivos da Sienna Interlink estiveram num evento do segmento de concreto em Las Vegas e puderam constatar o grande interesse das empresas estrangeiras em participar da Concrete Show South America. Durante a viagem foram comercializados 300 m² para seis empresas que participarão da feira pela primeira vez.

De acordo com a diretora da Sienna Interlink, Claudia Godoy, antes mesmo da crise a participação internacional de expositores vinha crescendo consideravelmente. “A Concrete Show fechou o primeiro bimestre do ano com mais de 40 expositores estrangeiros, de 13 diferentes países”, diz Claudia. Segundo o gerente comercial da feira, Guilherme Ramos, que também integrou a missão à Las Vegas, até agosto a Concrete Show deverá ultrapassar a marca de 60 expositores estrangeiros, o que vai significar um aumento de 20% em relação à edição anterior.

Que 2008 foi um excelente ano para construção civil ninguém pode negar, mesmo com a crise financeira no último trimestre. As principais entidades da cadeia produtiva da construção civil esperam crescer em 2009, só que em patamares mais moderados dos que registrados no ano passado. De acordo com as perspectivas do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), o setor deverá crescer entre 3,5% e 4,5%.

Outras entidades manifestaram expectativas de crescimento para este ano. É o caso da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Construção (Abramat) que espera crescer entre 5% e 6%. A Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) compartilha do mesmo otimismo. De acordo com a entidade o consumo no comércio deve expandir 8,5% esse ano. Já Sindicato Nacional da Indústria do Cimento a previsão é um aumento nas vendas do insumo da ordem dos 3%.

Outro motivo de reaquecimento da construção civil foi o anúncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de um programa de habitação que prevê a construção de 500 mil casas populares neste ano e mais 500 mil em 2010. Além disso, o Governo Federal anunciou no início do ano algumas das ações que adotará em 2009 como manter os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). De acordo com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o governo deverá evitar a alta do dólar, fortalecer o crédito, facilitar o acesso ao crédito bancário e ainda estuda algumas medidas de desoneração tributária, como a que incide sobre os investimentos.

A expansão da construção civil brasileira não deve parar por aí. Em 2014 o país será sede da Copa do Mundo. Estimativas ainda não oficiais apontam que o custo para o evento alcançar a soma de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões. Os custos incluem investimentos públicos em infra-estrutura, gastos de empresas em ampliação da rede hoteleira e na reforma e construção de estádios.

Fonte: Estadão