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Todos os dias a moradora de Jaci Paraná se une a outras 156 mulheres, que hoje trabalham nas obras da usina, a cerca de 130km da capital, Porto Velho.
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No ambiente marcado pelo trabalho masculino, elas dão o toque de sensibilidade que faltava a obra e ainda desempenham papel fundamental na construção do maior empreendimento de geração de energia elétrica em curso atualmente no país, a usina Jirau.
Para quem vê essa obra gigantesca, fica difícil imaginar o papel das mulheres no empreendimento. Segundo os trabalhadores, o que está acontecendo é um fenômeno histórico, pois nunca antes houve tantas mulheres trabalhando em um canteiro de obras de uma usina.
“Ao entrar no canteiro é impossível não notar que a obra está mais bonita. As mulheres tomaram conta do local. Debaixo do capacete, protegidas com equipamentos de sinalização e proteção individual, lá estão elas, vaidosas e maquiadas, uma graça a mais num local tradicionalmente dominado pelos homens”, comenta o diretor Institucional da Energia Sustentável, José Lucio Gomes, que afirma nunca ter visto uma obra com tantas mulheres em campo.
Para Anália Maria, casada e mãe de dois filhos, este é o seu primeiro emprego com carteira assinada. “Não tinha experiência nenhuma nesta área, mas quando fiquei sabendo da oportunidade em Jirau fui tentar a vaga e deu certo.Sinto-me orgulhosa do meu trabalho e da minha conquista”, ressalta. A funcionária, que está trabalhando na função de sinaleira, destaca a importância da usina não simplesmente para a geração de energia, mas também para a geração de renda. “Graças a essa obra estou contribuindo com o sustento da minha família”, assegura.
As trabalhadoras do canteiro de Jirau ocupam variadas funções como técnica de segurança e meio ambiente, laboratorista, enfermeira, psicóloga, escriturária, topógrafa, desenhista, projetista, auxiliar de arquivo e auxiliar técnico, sinaleira, operadora de caminhão betoneira, copeira, assistente de comunicação, engenheira, entre outras. A maioria tem idade entre 20 e 50 anos.
Para a funcionária Maiara Freitas de Almeida, de 20 anos, este também é o seu primeiro emprego de carteira assinada. Quanto a trabalhar rodeada de homens, ela diz não se incomodar e garante que todos têm muito respeito com as mulheres. “A construção dessa usina aqui em Porto Velho só está melhorando a vida das pessoas e já melhorou a de muita gente” afirma a trabalhadora, que garante que nunca foi tão valorizada no trabalho.
A última contratação na obra de Jirau foi de uma operadora de caminhão betoneira, máquina de grande porte destinada ao preparo do concreto. A contratação de topógrafas e técnicas de segurança do trabalho, posições tradicionalmente ocupadas por homens, também demonstra o avanço da mão de obra feminina em Jirau.
Com a evolução das obras de implantação da usina, a expectativa é que cada vez mais o número de mulheres contratadas aumente.
Fonte: Estadão
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