O rali de alta das ações da MMX e LLX Logística está longe de ser explicado pelos fundamentos das duas empresas. Somente na primeira quinzena de abril, as ações da LLX acumulam alta de 103% e da MMX 10,79%. No entanto, os resultados das companhias no primeiro trimestre deixaram a desejar, exibindo prejuízos. “São papéis especulativos e o mercado acredita que as companhias podem ser vendidas em conjunto”, explica o analista da SLW Corretora, Pedro Galdi. Outro fator que eleva as cotações são relatórios de analistas com expectativas mais otimistas para o futuro dos projetos da LLX.

Ele alerta que os investidores tenham cuidado ao investir nestes papéis e evitem carregar posições de longo prazo. “Assim como sobem, devolvem. A MMX, por exemplo, registrou prejuízo e está subindo. Não há fundamento, alerta”. Somente durante o pregão de segunda-feira, as ações da LLX registravam alta acima de 20% e da MMX 8%. Recentemente, falava-se que a Vale teria interesse em adquirir a LLX, boatos que foram desmentidos pela companhia. Em nota enviada à imprensa no dia 12 de maio, a Vale negou os rumores de que teria feito uma oferta para adquirir ativos da LLX. “A Vale esclarece que não é de sua competência determinar quem pode ou não atuar no mercado de infraestrutura logística brasileira, que possui órgãos reguladores competentes para essa finalidade”, afirmou a companhia.

De acordo com o levantamento de fontes do mercado, um dos principais compradores das ações da LLX nesta segunda foi o banco Credit Suisse, assim como o Banif Primus e Pactual e Brascan. O Credit divulgou relatório, intitulado “Projetos em Pista, mais uma boa notícia”, em que destaca as informações dadas durante a teleconferência da LLX, em que os executivos falaram sobre os projetos da empresa. Segundo os analistas do banco, o projeto LLX Minas-Rio deve gerar um retorno sobre o capital de 28%.

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A projeção está acima do que a companhia estimou como taxa interna de retorno (TIR), 15%. O investimento estimado para o “Super Porto do Açu” é de US$ 1,6 bilhão e está totalmente financiado, após a injeção de recursos do Bndes no total de R$ 1,32 bilhão.

O Porto do Açu iniciará suas operações no primeiro semestre de 2012, e já conta com as licenças ambientais e de construção. No relatório, os analistas do Credit explicam que o projeto, uma vez em funcionamento, deve gerar retorno previsível, quase como um ativo de renda fixa. Por contrato, a LLX Minas-Rio tem concedido um retorno de 15% dos investimentos (unleveraged), em termos reais, em dólares. Para garantir isso, a variável será o preço cobrado para a carga os navios.

Se medido um retorno aquém do mínimo exigido taxas e preços devem ser ajustados em conformidade.

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Já os analistas do Itaú elevaram as expectativas para as ações de LLX, com aumento do valor justo para R$ 6,70. Os especialistas defendem a recomendação com a perspectiva de elevação da TIR daqui para frente.

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A comparação da LLX é feita com outras companhias do segmento de infraestrutura, como as concessionárias rodoviárias e de distribuição de energia, que têm um fluxo de receita mais previsível. Segundo o documento, a LLX está sendo negociada ainda com grande desconto em relação às outras empresas como CCR e OHL, apesar de ter maior TIR.
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Outra questão levantada é a redução do risco, pois os portos da LLX são elegíveis para o Bndes, que além de dar financiamento de longo prazo, tornou-se um acionista. Já as licenças ambientais forem concedidas sem grandes.

Sobre a MMX, os analistas do Itaú observam que a companhia exibiu fracos resultados operacionais, principalmente diante da queda da receita líquida, em 47%.

A queda está relacionada à redução dos preços e volumes de minério de ferro. O Ebtida divulgado foi negativo em R$ 167 milhões. Os analistas, no entanto, aguardam uma melhora dos resultados do segundo semestre, com o aumento das vendas de minério de ferro.

Fonte: Estadão