Os investimentos em infraestrutura no País nos últimos anos estão abrindo novos campos de negócios para empreendedores. Ao criar serviços e produtos para atender setores como energia, ferrovias e portos, pequenas empresas têm prosperado em uma indústria dominada por grandes corporações.

A CFlex, de Campinas (SP), apostou em um programa para atender empresas de transporte ferroviário.

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O negócio – um software que usa inteligência artificial para planejar a circulação dos trens – surgiu a partir de uma tese de doutorado na universidade, há cerca de dez anos. Em 2005, com o produto azeitado e a participação em feiras do setor, a companhia conquistou clientes como ALL e Vale. Hoje, fatura R$ 5 milhões.

“A empresa surgiu a partir de uma demanda real”, explica o diretor executivo Luís Elesbão de Oliveira Neto. Segundo ele, o sistema de inteligência artificial substitui o trabalho manual e reduz em 15% o tempo de circulação de trens. O resultado é a diminuição de custos para as companhias.
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A inovação da CFlex já rende frutos no exterior. Atualmente, a empresa é fornecedora da mineradora australiana Rio Tinto e participa de processos de licitação no México e no Chile. Outra frente é o mercado norte-americano. Após três anos de negociação, os empreendedores fecharam um contrato com a multinacional francesa Alstom para utilizar o produto nas ferrovias dos Estados Unidos.

O grande trunfo da companhia, acredita Oliveira Neto, é a originalidade. “O fato de ser um produto inédito foi nossa arma na negociação.” Segundo ele, a pequena empresa que se aventura nesse mercado deve se preparar para grandes desafios. “Já é difícil para uma pequena vender inovação para grandes grupos.
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Ainda mais em um mercado conservador como esse.”

Para o empreendedor Caio Fiúza, um dos fundadores da Visagio, o início é sempre mais difícil. Ele conta que enfrentou resistências dos potenciais clientes no primeiro ano de atividade da companhia, fundada em 2003 por cinco jovens engenheiros. A Visagio realiza projetos de “engenharia de gestão” nas empresas, espécie de consultoria que utiliza modelos matemáticos para obter ganhos em processos.

“É difícil emplacar mudanças em uma estrutura grande como a delas”, diz Fiúza. “Mas, uma vez que você planta sua ideia, ela vira uma árvore com muitos frutos.” Hoje, a Visagio, que já esteve incubada na Coppe/UFRJ, presta serviços para Petrobrás, Vale e CSN e tem mais de 100 funcionários.

Outro empresa que cresce com a expansão do setor de infraestrutura é a Planta Engenharia, de São Paulo. Desde 2002 prestando serviços de pesquisa para companhias que operam plataformas marítimas, entre elas a Petrobrás, ela agora investe em um novo filão.

A empresa está desenvolvendo um projeto de torre para geração de energia eólica no mar. Esse mercado, em expansão em países como Inglaterra, Dinamarca e Canadá, tem grande potencial no Brasil, afirma o fundador Euclides Trovato Neto. “O Brasil tem poucas restrições de ocupação e um potencial eólico excelente”, diz.

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Para terminar o projeto, a companhia aguarda um financiamento de R$ 1,6 milhão da Finep, do governo federal.

Fonte: Estadão