O governador André Puccinelli pretende lançar, em aproximadamente 60 dias, um conjunto amplo de investimentos em infraestrutura. A meta é executar ações que tragam benefício imediato e também dotar Mato Grosso do Sul de condições para desenvolvimento de longo prazo. “Vamos lançar esse pacote para infraestruturação, dentro de um planejamento que queremos para o Estado nos próximos 50 anos”, revelou André em entrevista a um programa de TV da Rede Globo.

Segundo o governador, serão muitas as novidades propostas no grande pacote de investimentos. Haverá muitas obras em rodovias, em infraestrutura logística para ter ferrovias como modal de transporte alternativo e ações para concretizar projetos como a expansão do aeroporto internacional de Campo Grande, melhorando o transporte de passageiros e avançando no transporte de cargas. O governo trabalha com a possibilidade de dotar a Capital de condições de ter esse novo aeroporto até 2015.

“A Infraero nos pediu 1810 hectares e nós vamos desapropriar essa área, para ser anexada ao atual aeroporto”, garantiu o governador, que na semana passada esteve em Brasília para tratar das próximas etapas do projeto. Na entrevista de hoje, o governador reafirmou o salto que está previsto para a integração dos diversos modais de transporte nos próximos anos, com a concretização do projeto. “Seremos um entreposto industrial de todas as Américas”.

Rodovias

Os novos projetos rodoviários que virão com o conjunto ações a ser lançado farão avançar as obras que já estão em andamento.Uma das prioridades de André foi concluir pavimentações inacabadas, que foram abandonadas pela administração anterior. Dez dessas obras, garantiu Puccinelli, estarão prontas até o próximo mês de setembro. As máquinas trabalham em ritmo acelerado, entre outras, nos 35 quilômetros da ligação Rochedo – Rio Negro; nos 34 quilômetros entre os distritos de Vista Alegre e Copo Sujo; na conclusão do anel viário de Fátima do Sul.

“E além das 10 obras que o governo anterior deixou sem concluir, estamos executando mais cinco grandes obras”, destacou o governador, citando o tão esperado asfaltamento do acesso a Paranhos, com 60 quilômetros, também previsto para terminar neste ano.

Projeto de maior prazo de execução, a pavimentação da MS-359, ligando Coxim (na região Norte) à Alcinópolis e até a confluência de Mato Grosso do Sul com Goiás e Mato Grosso, é outro dos grande projetos viários já começados por André. Mais recentemente, outro sonho de integração por via terrestre começou a se tornar realidade: a pavimentação da rodovia conhecida como Sul-Fronteira, na divisa do Estado com o Paraguai. Os primeiros 80 km começaram a ser asfaltados.

A meta de Puccinelli é incluir a rodovia MS-040 num pacote de grandes pavimentações a serem executadas com ajuda de verba da União. O projeto para federalizar a estrada, localizada no centro-leste de Mato Grosso do Sul, está em andamento no Senado Federal. “Ainda aguardamos a federalização. Pedi aos nossos três senadores que ajudem a acelerar esse processo, porque então teremos recursos federais para somar aos investimentos que vamos colocar”, anunciou o governador.

André defende ainda que o governo federal autorize a concessão da BR-163, o que garantiria investimento privado para duplicar a rodovia, que é o principal eixo rodoviário norte-sul de Mato Grosso do Sul. Embora haja resistência por parte do governo federal, o Estado tem em mãos estudo que demonstra a viabilidade de implantação de pedágio na estrada, em valor previsto de R$ 4,00 por eixo, a cada 80 quilômetros.

Diversificação

Numa análise do atual momento econômico, o governador vê com otimismo os sinais de recuperação que começam a surgir. “Acredito que o cenário vai melhorar. As vendas começaram a crescer, ainda tímidas, mas cresceram”.

Uma das principais apostas dos projetos de desenvolvimento para Mato Grosso do Sul, o setor sucroalcooleiro ainda é de oportunidades, mesmo com a crise, na avaliação de Puccinelli. Mato Grosso do Sul tem 14 usinas em funcionamento, previsão para entrada em funcionamento de mais nove, com a expectativa de um salto no ranking nacional de produção de álcool. “Em cinco ou seis anos, passaremos do quinto para o segundo lugar”, prevê André.

Associado a esse filão, o governo centra esforços no apoio à diversificação da base econômica, como no setor de agroenergia, com estímulo à produção de biodiesel. Outra possibilidade que se mostra cada vez mais concretas é a expansão do plantio de florestas para atender a crescente demanda das agroindústrias de papel e celulose. A VCP deu início às operações em Três Lagoas, com uma produção de cerca de 1,3 milhão de toneladas de celulose.

O governador André Puccinelli anunciou que outra gigante do setor, a portuguesa Portucel está estudando a instalação de uma fábrica na América do Sul e que Mato Grosso do Sul é o grande candidato a sediar a indústria, caso a escolha pelo Brasil se confirme. O Uruguai é o outro concorrente. “Seria outra indústria do tamanho da VCP, gerando mais de 2,2 mil empregos diretos”, destacou André, prevendo que o impacto no entorno deve gerar ainda “uma fábula” de oportunidades indiretas de aproveitamento de mão-de-obra.

Fonte: Estadão