A gerente-executiva de Engenharia de Produção da Diretoria de Exploração e Produção da Petrobras, Solange da Silva Guedes, refutou a avaliação de que há impedimentos tecnológicos para o avanço brasileiro sobre a exploração das reservas de petróleo na camada do pré-sal. Segundo ela, a partir da articulação entre os diversos setores da sociedade, é possível vencer o que chamou de desafios tecnológicos. “O grande exercício é desenvolver a capacidade de mobilização e articulação entre a Petrobras, o governo, a sociedade civil, a academia e a indústria”, destacou.
Em seminário na Câmara dos Deputados, a gerente-executiva destacou o fato de a exploração na camada pré-sal como a realizada no Brasil não ser encontrada em outros países. Com isso, seria necessário desenvolver a tecnologia para a comercialização do produto. Ela defendeu a possibilidade de que estas pesquisas sejam realizadas em território brasileiro. “Se instituições internacionais quiserem contribuir terão de se instalar no Brasil”, afirmou.
Com a articulação entre os vários setores em torno da exploração do petróleo em pré-sal, será possível, para a gerente-executiva, o aumento da competitividade do Brasil no cenário exterior, permitindo a comercialização do produto brasileiro a menos de US$ 40 o barril. O valor estaria dentro da média mundial para a comercialização de petróleo extraído em águas profundas, que varia de US$ 35 a US$ 45.
A previsão é de que a exploração de petróleo do pré-sal permita ampliar as reservas da Petrobras de 14,03 bilhões de barris, atualmente, para 23 bilhões de barris.
Solange declarou, ainda, que a exploração no pré-sal tem vantagens em relação a explorações anteriores, especialmente às da década de 80. “Agora temos possibilidade de planejamento”, destacou.
Na década de 80, segundo ela, a estatal precisou desenvolver condições de exploração em mil metros de profundidade, em um cenário que permitisse menor exposição financeira da empresa, antecipação de fluxo de caixa e produção mais rápida, voltada para o alcance da autosuficiência brasileira em relação ao petróleo e consequente equilíbrio da balança comercial. Estes e outros fatores ligados à inovação tecnológica foram vencidos, de acordo com Solange.
De acordo com dados da estatal, as explorações de petróleo no pré-sal abrangem uma área de 800 quilômetros de cumprimento e 200 quilômetros de largura, entre o Estado do Espírito Santo e o sul do país. Já foram instalados 16 poços para exploração, sendo que a extração é possível em sete poços, da Bacia de Santos. A comercialização do produto depende ainda da declaração de comercialidade, a cargo da Petrobras. A primeira, prevista para o campo de Tupi, deverá ser feita até dezembro de 2010.
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