“O acentuado enfraquecimento do ambiente econômico global a partir do terceiro trimestre de 2008 levou os produtores de aço a perderem rapidamente poder de barganha (…
), entretanto, os ratings e as perspectivas da maior parte dos emissores do setor de aço nos mercados emergentes permanecem mais estáveis do que os de muitos de seus pares nos mercados desenvolvidos”, segundo afirmou Su Aik Lim, diretor de Corporates para a Ásia-Pacífico da agência.
Ainda não melhorou
Entretanto, a agência mantém-se cautelosa quanto aos sinais de recuperação da demanda mundial por minério de ferro. Na visão da equipe, das três maiores mineradoras, a Vale provavelmente sofrerá mais com a queda da procura, devido ao seu maior potencial de vendas para os EUA e para a Europa Ocidental.
As margens de Ebitda (relação entre a geração operacional de caixa e a receita líquida) das produtoras de ferro e aço brasileiras e da CEI autossuficientes em minério de ferro devem cair mais do que as das siderúrgicas em compram minério, afirma a agência.
Contudo, a equipe acredita que essas margens, mesmo com a queda, ficarão em um patamar absoluto superior com relação às siderúrgicas que não são autossuficientes.
A Fitch prevê que as siderúrgicas brasileiras e chinesas com maior participação de aços planos em seu mix de produtos deverão enfrentar maior pressão ante a queda da demanda mundial, devido à dependência da indústria de automóveis e de produtos de consumo direcionados à exportação.
Crédito assegurado
Embora as margens de Ebitda dos produtores brasileiros de ferro e aço devam cair pela metade, para 20%, “seus perfis de crédito se apóiam em fortes posições de liquidez, controle de custos e cortes nos investimentos”, justifica Jay Djemal, diretor da área de Indústrias da Fitch na América Latina.
Segundo Djemal, as perspectivas dos ratings estão estáveis para as companhias, exceto no caso da Vale, que conta com perspectiva positiva, perante a melhora do perfil de crédito da mineradora.
Do lado das siderúrgicas chinesas, as “fortes posições nos mercados locais, foco em produtos de alto valor agregado, custo competitivo de matérias-primas e potencial suporte governamental fortalecem os perfis de crédito”.
Apesar dos ratings assegurados, os analistas da agência acrescentam que poderá haver mudanças nas perspectivas, como também nas notas, em consonância com o ritmo de desaceleração da economia mundial.
Fonte: Estadão
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