O Aeroporto Internacional Salgado Filho dispõe do moderno sistema antineblina ILS 2, adquirido pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) por R$ 5 milhões. Mas isso não significa que as autoridades poderão cumprir a meta de pôr em funcionamento o aparelho até o final de 2010.

Antes de instalar o ILS 2, a Infraero precisa ampliar a pista do aeroporto. E é aí que surge o maior dos obstáculos: como retirar as famílias de três vilas situadas na cabeceira e numa das laterais da pista no prazo fixado?

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A expectativa do Ministério das Cidades é de que as casas para as 1.476 famílias da Vila Dique estejam prontas até junho do ano que vem.

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Já as 1.322 famílias da Vila Nazareth não têm previsão para deixar a área próxima ao aeroporto. Sem prazo para a reacomodação dos moradores, a ampliação da pista também fica comprometida.

O Ministério das Cidades está investindo R$ 56,5 milhões no reassentamento das famílias. Cerca de 35% das obras de infraestrutura do novo loteamento dos moradores da Vila Dique, segundo o ministério, foram concluídos. Parceiro do governo federal na remoção da Vila Dique, o Departamento Municipal de Habitação (Demhab) de Porto Alegre informou, na sexta-feira, que espera transferir as primeiras 52 famílias até o final de julho.

Ministério não acredita em cronograma da Infraero

A parte mais complexa é a Vila Nazareth. O Demhab está em negociações com os moradores, enquanto o ministério obteve apenas no início do mês a autorização para desapropriar a área onde será construído o novo loteamento. A estimativa é de que as obras tenham início somente em janeiro de 2010. Com gastos incluídos no Pró-Moradia e no Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC), estão orçadas em R$ 33,5 milhões.

Enquanto não forem iniciadas, o ministério descarta previsões para a remoção das famílias.

A transferência das 180 famílias da Vila Floresta, que impedem o alargamento da parte final da pista, também está atrasada.

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A operação está a cargo da Secretaria Estadual de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano (Sehadur), que pretende concluir no mês de julho a avaliação de áreas para reassentamento.
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A Infraero aguarda as mudanças. Para implantar o ILS 2, é necessária a instalação de luzes de eixo ao longo da pista.
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Embora tenha uma licença prévia da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), o órgão só pode começar as obras com a pista ampliada.

Desde fevereiro no comando do Salgado Filho, a superintendente da Infraero, Lia Segaglio de Figueiredo, anuncia que, se a remoção das famílias estiver em andamento a partir de julho, o edital para ampliação da pista seria lançado em 30 de setembro.

As obras começariam em janeiro de 2010, ao custo de R$ 150 milhões. Mas o Ministério das Cidades não acredita que o cronograma possa ser cumprido.

Fonte: Estadão