Longe dos tempos do caos aéreo, com atrasos sucessivos de voos e aglomeração nos aeroportos, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) planeja investimentos bilionários nos próximos anos, em especial para a Copa do Mundo de Futebol em 2014, que acontecerá no Brasil. A estatal, responsável por administrar 67 unidades aeroportuárias do País, promete investir R$ 5,73 bilhões para garantir um bom atendimento ao fluxo de turistas que circularão pelas 12 cidades-sede do evento. Os aportes, caso seja incluído o Aeroporto de Viracopos, de Campinas (SP) subirão para R$ 8,5 bilhões.

O presidente da Infraero, Tenente Brigadeiro do Ar, Cleonilson Nicácio Silva, confirmou a intenção ao dizer que a empresa “tem total e completa condição de operar estes aeroportos durante a Copa”, como disse ao acrescentar que a administadora estará pronta para absorver todo o excedente de turistas que chegará por aqui.

A prioridade da companhia é, a curto prazo, preparar estes aeroportos para a demanda futura, mas existem, ao todo, 44 projetos de obras de melhorias ao atendimento da aviação comercial, estes listados aos projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O presidente da Infraero crê em um reaquecimento econômico, e acredita que as licitações planejadas sairão em tempo para o que a empresa chama de “aplicar o máximo de recursos do PAC nos aeroportos”.

Dentro dos aportes previstos para os próximos cinco anos, os principais aeroportos internacionais do País, nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, receberão o maior volume de recursos – mais de R$ 2,8 bilhões. Já para o Aeroporto de Manaus, prevê-se o gasto médio de R$ 793 milhões, seguido do Aeroporto de Fortaleza, com estimativa de consumir R$ 525 milhões.

O cenário deve animar as construtoras experientes em obras públicas a disputarem uma fatia desse bolo, como Andrade Gutierrez, Odebrecht, Queiroz Galvão e Camargo Correa, mesmo com a rescisão de alguns contratos de obras, que ocorreram desde 2007. Parte destas construtoras também já veio a público manifestar interesse em outro negócio, o da concessão para administrar aeroportos, especialmente os lucrativos como Guarulhos, Congonhas e Viracopos.

Resultado

O olho das empresas no negócio da aviação civil, e consequentemente nos aeroportos brasileiros, cresce ao passo que os negócios por aqui sofrem menor impacto da turbulência econômica do que o visto em outros países. Em 2008, a Infraero atingiu ganhos de R$ 2,54 bilhões, o que significa um salto de 12,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto o lucro líquido, antes dos investimentos, cresceu 42,7%. De janeiro a maio de 2009 o lucro líquido estava a um patamar 10% menor, por outro lado, as receitas cresceram 3,4%, indicando recuperação.

De acordo com Nicácio, presidente da Infraero, os planos de abrir o capital, colocando papéis da empresa à disposição do mercado estão em andamento, mesmo com a crise. “Após uma leve redução por conta do cenário, existem sinais claros de recuperação”, justificou.

O Brigadeiro afirmou ainda que “a empresa é rentável e com capacidade de autofinancimento”, como disse. Ele afirmou que a Infraero trabalha como um plano de crescimento a longo prazo e considera que o setor deva crescer entre 5% e 10% ao ano, passado o cenário de instabilidade financeira mundial.

Em 2009, a estatal deu seu primeiro passo rumo a reestruturação para considerar a abertura de seu capital, com estudos que estão sendo tocados pelo Ministério da Defesa e o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES). Neste momento, está em curso a contratação de uma consultoria que realizará o trabalho, na fase de habilitação do processo licitatório. Ao ser concluída essa fase, o contrato deve ser assinado em dois ou três meses.

O projeto de estruturação da companhia leva em consideração o fato de a empresa brasileira operar aeroportos em outros países. Hoje, ela é terceira do mundo no processamento de passageiros, que passaram a casa dos 113 milhões em 2008, distribuídos em dois milhões de pousos e decolagens. Até maio deste ano, passaram pelo sistema Infraero 48 milhões de passageiros – os números representam 97% do movimento do transporte aéreo regular do País. “Queremos ser a maior do mundo”, falou Nicácio. Para estar no topo, a Infraero terá que encarar a concorrência com corporações como a alemã Fraport e as espanholas Aena e OHL, que têm, inclusive, interesse no mercado brasileiro. O sistema todo é composto por 67 aeroportos e 34 terminais de carga.

A definição do modelo de concessão a ser utilizado nos aeroportos, que deve sair ainda esta semana, é aguardado com expectativa pela Infraero.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), um modelo de concessão a ser adotado pelo governo já está pronto, mas deverá ser discutido com os outros envolvidos na questão, entre os quais os ministérios do Planejamento, da Fazenda e a Casa Civil da Presidência da República.

Quem sinalizou o processo foi Marcelo Pacheco, diretor da Anac, durante a Feira Nacional de Aviação Civil 2009.

“A ideia é que se faça uma reunião com todos esses órgãos até o final deste mês (julho) para fechar a minuta”.

O diretor da Anac explicou que, como ocorre com as rodovias federais, o capital privado internacional poderá participar do processo de abertura dos aeroportos para a iniciativa privada no País.

No entanto, ele lembrou que, para que uma concessão seja feita, é necessário que o aeroporto seja incluído no Programa Nacional de Desestatização.

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) planeja investimentos bilionários nos próximos anos, em especial para a Copa do Mundo de 2014, que acontecerá no Brasil. A estatal, responsável por administrar 67 unidades aeroportuárias do País, promete investir R$ 5,73 bilhões para garantir o atendimento ao fluxo de turistas nas 12 cidades-sede de jogos da Copa. Os aportes, quando incluído o Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), poderão subir para R$ 8,5 bilhões.

A empresa “tem total condição de operar estes aeroportos durante a Copa”, afirmou ontem o presidente da Infraero, Tenente Brigadeiro do Ar, Cleonilson Nicácio Silva. A prioridade da companhia é, a curto prazo, preparar estes aeroportos para a demanda futura, mas existem, ao todo, 44 projetos de obras para a aviação comercial listados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O presidente da Infraero acredita que haverá reaquecimento econômico no Brasil, e prevê que as licitações planejadas sairão a tempo para o que a empresa chama de “aplicar o máximo de recursos do PAC nos aeroportos”. Entre os principais aeroportos internacionais do País, os de São Paulo e Rio de Janeiro receberão o maior volume de recursos do plano de investimentos da Infraero – cerca de R$ 2,8 bilhões. A perspectiva de aportes da Infraero anima construtoras experientes em obras públicas, como Andrade Gutierrez, Odebrecht, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa, também interessadas na concessão para administrar aeroportos, como os lucrativos de Guarulhos, Congonhas e Viracopos.

Fonte: Estadão