As perdas de água no Brasil baixaram timidamente entre 2006 e 2007 e continuam sendo um desafio para o setor, segundo dados da última versão do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS 2007), divulgado recentemente pela Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA) do Ministério das Cidades. De acordo com o estudo, o índice médio de perdas de faturamento do conjunto de prestadores de serviços participantes do SNIS foi de 39,1%, valor 0,7 ponto percentual menor que o índice médio de 2006. Conforme as regiões geográficas, o valor médio foi de 56,7% no Norte, 44,0% no Nordeste, 38,8% no Sudeste, 28,1% no Sul e 35,5% no Centro-Oeste.

Os dados do SNIS vão embasar um painel que será realizado no segundo dia de debate da Agenda Regula Brasil, que será realizada durante dois dias, em Guaratinguetá, São Paulo, no Hotel Golfe Clube dos 500. Incentivado e apoiado pela prefeitura de Guaratinguetá e pela Agência Reguladora local (ARSaeg), o evento conta com o apoio da FIESP, ABAR, CEIVAP, ABCON, ASFAMAS, SINTERCON, INSTITUTO TRATA BRASIL, ABTC, Consórcio Piracicaba/Capivari/Jundiaí e outras entidades e deverá marcar o início de um programa nacional de debates que se estenderá por todo o Brasil, com apoio da ABAR.

O objetivo é sensibilizar e conscientizar a sociedade civil e os poderes executivos e legislativos sobre a importância das agências reguladoras para o equilíbrio nas relações entre o usuário, o poder concedente e o prestador de serviços de saneamento; incentivar os municípios a criarem formas de regulação, fortalecendo a ação reguladora dos serviços concedidos e a segurança do setor privado para investir no setor, além de debater as melhores práticas e modelos de gestão, regulação, fiscalização e conteúdo técnico no setor de saneamento e meio ambiente. As inscrições para o evento são gratuitas.

A análise dos índices de perdas no Brasil, nos últimos sete anos, revela uma pequena redução do indicador, que variou de 40,5% em 2001 para 39,1% em 2007 (com maior valor tendo ocorrido em 2002, 40,6% e menor em 2005, 39,0%). Os resultados demonstram o aspecto positivo da queda no índice médio nacional, embora suave e com pontos intermediários de inflexão para cima, refletindo instabilidade na tendência. Admitindo que 60% das perdas reais e aparentes são recuperáveis, o ganho monetário poderia chegar, segundo o estudo, ao montante de R$ 4,4 bilhões no ano.

O painel sobre perdas programado para a tarde do dia 21 de agosto durante a Agenda Regula Brasil pretende discutir experiências em controle de perdas, como a do Consórcio Piracicaba/Capivari/Jundiaí, fabricantes de equipamentos e técnicos do setor para e apontar soluções para o problema. A regulação pode ajudar muito a resolver a questão, que é fundamental para que o País consiga universalizar os serviços. De acordo com os dados da última versão do SNIS 2007, com base na média de investimentos dos últimos sete anos e na inclusão de usuários ao sistema, as possibilidades de o Brasil cumprir as Metas do Milênio estabelecidas pela ONU são de 29,81% para o esgoto e de 71,39% para os serviços de abastecimento de água.

Exposição de equipamentos

A Agenda Regula Brasil reservou também uma oportunidade única para fabricantes de materiais, equipamentos e prestadores de serviços de saneamento mostrarem seus produtos e tecnologias às empresas públicas e privadas de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, resíduos sólidos e drenagem. Uma área destinada a contatos e negócios vai ser montada em um espaço contíguo à sala de debates, reunindo cerca de 20 empresas fabricantes de materiais, prestadores de serviço e operadores da área de saneamento ambiental, além de indústrias da região, que deverão mostrar seus projetos de sustentabilidade, especialmente de preservação dos recursos hídricos da Bacia do rio Paraíba do Sul, de fundamental importância para a economia da região.

Fonte: Estadão