Janeiro, fevereiro e julho são os meses nos quais a busca por imóveis próximos a universidades aumentam
Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), 20% dos jovens brasileiros estão na universidade. No Chile esse percentual é de 43% e na Argentina 61%, entretanto, o número de universitários aqui no Brasil cresceu mais de 46% nos últimos seis anos, atingindo a marca de 6,5 milhões de estudantes.
"Este crescimento influencia direta e indiretamente vários setores econômicos, como o imobiliário", aponta Bárbara Silva Freitas, diretora financeira e administrativa da Primar Administradores de Bens.
Os estudantes buscam conquistar a sua vaga nas melhores universidades e muitos acabam tendo que mudar de cidade ou estado para dar continuidade aos estudos. Outros mesmo dentro da própria cidade optam por se mudar para bairros mais próximos da faculdade, reduzindo os custos com transporte e o tempo gasto durante o deslocamento. "Às vezes o aluguel fica um pouco mais caro do que o gasto com transporte, mas a comodidade de morar próximo a faculdade acaba compensando", ressalta.
Os meses de janeiro, fevereiro e julho são os preferidos dos universitários para buscar um imóvel. Antes era comum vários estudantes dividirem um mesmo espaço, as famosas repúblicas, mas a falta de privacidade e a desordem comum nestes locais fez com que muitos desistissem de morar em grupo. "Hoje ou eles moram sozinhos ou dividem o aluguel com algum parente, amigo ou colega muito próximo", afirma.
O contrato de aluguel neste tipo de situação é o padrão, com duração de pelo menos 30 meses e cobrança de multa proporcional em caso de rescisão. "Não é possível determinar uma duração diferenciada, como nas locações de temporada. Como os estudantes são mais instáveis e durante a faculdade podem mudar de curso ou e ir morar com outro colega, por exemplo, é possível através de negociação propor a inclusão de uma cláusula no contrato que reduza ou dispense a multa rescisória", explica.
O fator que mais influencia a escolha do imóvel pelos universitários é a proximidade com o local de estudo, já que eles precisam sair muito cedo ou chegar tarde da noite em casa. "Uma dica é analisar a vizinhança e verificar se há bares, obras, trânsito pesado ou qualquer outra situação que possa atrapalhar a tranquilidade durante os momentos de estudo. No caso de imóveis mobiliados, fique atento a descrição de tudo o que está no contrato e verifique o estado de cada item", recomenda.
Quando os estudantes decidem dividir o aluguel, é preciso atenção com relação ao contrato. Se ele for feito apenas no nome de uma pessoa, esta será a responsável legal pela locação. "Ao deixar a casa é importante que o contrato seja alterado e fique no nome de alguém que continuará no imóvel. Pois mesmo que o estudante não esteja mais morando na casa ou apartamento, ele pode responder judicialmente se algum problema acontecer e ele estiver como inquilino", alerta.
Fonte: Estadão
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