A notícia de que o governo vem aí, com uma proposta para mudar o sistema de pagamento do pedágio no Estado, suscita algumas incertezas. Ela pode ser uma resposta enviesada à cobrança de promessa pública, feita na época da campanha eleitoral, de que seria estudada uma forma de redução dos preços que estão sendo cobrados e que são considerados para além de abusivos, por usuários. Quem eventualmente viaje para Ribeiro Preto sabe disso.
De qualquer modo, é ver para crer. Mesmo considerando que uma comissão estuda a mudança, há outra incerteza, embutida na justificativa do governo que orienta os estudos futuros com esse fim. O secretário Saulo de Castro Abreu Filho, de Logística e Transporte, diz que são premissas da proposta "garantir aos usuários o menor custo de utilização possível" e "reduzir os custos de operação e manutenção das concessionárias". É possível acreditar que possa haver até empenho na redução dos custos para as concessionárias. Já para garantir menos despesas no bolso do cidadão que usa as rodovias, também é ver para crer.
Um dado que salta aos olhos, nos feriados e até em dias comuns, em algumas estradas, é a caducidade e inoperância do sistema de cobrança em praças de pedágio. Vai o sujeito para o trabalho ou para o lazer e dá pela frente com quilômetros de congestionamento provocado pela cobrança manual. As praças são obstáculos, sob chuva e sol. Conforme diz o meu prezado amigo, o engenheiro Luiz Célio Bottura, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, "o pedágio não pode ser um gargalo". Lastimavelmente é. E não deverá ser a médio prazo que tal sistema poderá ser substituído por outro, mais funcional e mais de acordo com as exigências do usuário.
Fonte: Estadão
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