A simples análise da conta nossa de cada dia leva à convicção de que, no fundo, somos uma multidão de lesados, extorquidos para manter os que nos exploram. A contrapartida é uma iniqüidade.
Vem aí o aumento da conta de luz, sem falar nos aumentos que já vieram e de outros que estão a caminho rondando o cidadão de manhã à noite, colocando-o em permanente sobressalto. Ele tem mais medo dos aumentos de suas contas do que do ladrão que o espreita em cada esquina.
O governo diz que está fazendo tudo para bloquear a inflação, mas é o primeiro a encostar o consumidor contra a parede, impondo-lhe reajustes estratosféricos e desencadeando aumentos que lhe corroem o salário, antes mesmo que este lhe chegue ao bolso.
Há concessionárias que já estabeleceram correção de até 18,57% a ser paga por consumidores residenciais nas faturas, a partir de maio. Como isso pode ser possível, se a energia, quando sai lá longe, da usina, é vendida a preço até razoável? É o critério determinado pela exploração. E, em cima do preço da luz, incidem tributos e encargos, o que torna a conta um fardo mais pesado do que uma cruz, para ser carregado. E, cabe aqui uma observação: nada foi devolvido ao consumidor, por conta de um erro de cálculo de concessionárias, pelo qual ele foi esbulhado ao longo de sete longos anos.
Usinas nucleares
Aos poucos, na medida em que o caso de Fukushima deixa de ser notoriedade, as informações sobre o plano de construção de usinas nucleares, no Brasil, ganham terreno. O plano deverá ser revisado e a previsão é de que até 2030 o Brasil abrigará, pelo menos, oito usinas do gênero. Não se pode esquecer, no entanto, que Fukushima, a exemplo de Chernobyl, foi um sinal de alerta. Até aqui já se demonstrou que essas usinas têm vulnerabilidades que ainda não puderam ser de todo eliminadas.
Fonte: Estadão
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