As condições de disponibilidade de energia para a indústria brasileira estão entre as principais preocupações dos produtores de cloro, álcalis e derivados, conforme avaliação do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor), Aníbal do Valle. "Hoje, o custo da energia elétrica representa aproximadamente 45% dos custos de nosso segmento industrial", disse ele durante o workshop sobre custo energético setorial, ao apresentar o relatório anual 2010 da entidade, dia 17 último, em São Paulo. "As perspectivas de evolução desse custo configuram ameaça à competitividade da indústria", reforçou Aníbal do Valle.
De acordo com o relatório então divulgado, a produção de cloro registrou acréscimo de 1% no acumulado de janeiro a dezembro de 2010, em comparação ao ano de 2009, somando 1.288.584 t. Na estrutura de consumo do cloro em 2010, 88% da produção tiveram como destino o uso cativo, que é a utilização do produto pelas próprias fábricas para a produção de produtos derivados, com destaque para o ácido clorídrico, que cresceu 5,7%, o DCE – matéria-prima para a fabricação do PVC, utilizado principalmente pela indústria da construção civil – com crescimento de 3,7%, e o hipoclorito de sódio, 3,6%.
Para o presidente da Abiclor, a perspectiva para 2011 é de que haja oportunidades de investimentos no País com base da continuidade do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), apesar do ajuste fiscal promovido pelo novo governo com tendência de redução dos investimentos inicias, e nos grandes eventos esportivos previstos para os próximos anos – a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. "Nossa agenda prevê também o desafio de trabalhar na redução de cargos incidentes sobre a energia elétrica, principal item na planilha de custo do setor cloro-soda, com o objetivo de garantir competitividade do setor", complementou Aníbal do Vale.
O workshop sobre custo energético no segmento cloro e soda contou com a apresentação de cases das empresas Carbocloro e Braskem e com a exposição do presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (ABRACE) e coordenador do Programa Energia Competitiva (PEC) , Paulo Pedrosa; e do presidente da Andrade & Canellas Consultoria e Engenharia, João Carlos de Oliveira Mello, e do professor da Fundação Getúlio Vargas, Fernando Garcia.
Fonte: Estadão
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