Leio notícia sobre a iniqüidade dos precatórios da prefeitura de São Paulo. Os anos passam, podem vir a passar os séculos, e ela não paga os precatórios. Às vezes sai no Diário Oficial do Município a informação de que no dia tal do mês tal, este ou aquele funcionário aposentado receberá o valor especificado no processo movido para poder receber o pagamento que a prefeitura lhe deve. Ledo engano. A data não vale. Apenas passa a ideia de que a prefeitura vai, enfim, começar a pagar a dívida. Mas não começa. Nem termina. É a maior iniqüidade praticada contra pobres funcionários públicos e contra outras vítimas, as das desapropriações, por exemplo.
Esta semana, a leitura sobre outra iniqüidade. Trata-se da notícia publicada na FSP, do dia 17 deste mês, que diz textualmente: "A Prefeitura de São Paulo vai fazer uma `liquidação´de precatórios: quem aceitar receber só a metade da dívida, sai da fila e recebe o dinheiro mais rapidamente".
A princípio, não acreditei no que estava lendo. Seria ato escandaloso demais. Falta de vergonha demais. Desumanidade demais. Fui conferir a notícia. Estava ali, sob o título "Prefeitura permite que quem der desconto em pracatório fure a fila". Uma frase arrematava a iniquidade: "O pagamento da fila pode levar décadas". Décadas? E as décadas que já passaram?
E pensar que esta prefeitura – a prefeitura paulistana – vem pagando polpudos vencimentos a conselheiros vindos de fora – alguns lá de Pernambuco – para os arranjos políticos do alcaide Kassab.
Fonte: Estadão
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