Amigos me fazem pergunta recorrente todos os dias, todos os anos, em circunstâncias e situações diversas: Temos lideranças? Entendo a indagação. Querem saber se em um país que caminha para os 200 milhões de habitantes estaríamos providos de líderes capazes de nos apontar caminhos futuros. De quebrar o marasmo da política a conta gotas. De agregar esperanças. De mobilizar a sociedade para o crescimento coletivo. De orientá-la para deixar os interesses menores, aqueles que se alimentam da mediocridade diária, a fim olhar o conjunto da sociedade. Pois bem. Não tenho resposta. Pois tal resposta só viria com o filtro do tempo.

Olhando hoje o país nas condições políticas, econômicas e sociais em que ele se encontra, identificar uma liderança com as características que aqueles amigos gostariam de encontrar, é como procurar agulha num palheiro. E, no entanto, talvez ela esteja por aí, dissimulada ou adormecida, pronta para refletir os anseios gerais.

É inegável que muitas lideranças têm surgido. Aparecem e conquistaram o crédito da sociedade ou de partidos políticos. Quando, no entanto, se movimentam, deixam transparecer que estão a serviço deste ou daquele grupo. E algumas têm sido até apanhadas com as fuças na ratoeira. Não, prezados amigos, ainda não tenho resposta para a indagação que vocês me fazem: Temos lideranças?

Precocemente fora dos trilhos

O trem de alta velocidade está precocemente fora dos trilhos. Prevista para o dia 11 de julho, a entrega da proposta dos interessados no leilão para a construção da linha no traçado Campinas-São Paulo-Rio de Janeiro deverá ser adiada pela terceira vez. A pedra de toque é o valor originalmente estimado do empreendimento. O governo calculou que ele custaria R$ 33 bilhões. Já as empreiteiras acham que ele não pode ficar por menos de R$ 50 bilhões. E, sem um modelo de concessão que lhes dê plena garantia de retorno dos investimentos, o projeto continuará no projeto.

Fonte: Estadão