O nome é pomposo, mas não devemos nos iludir com ele. Nomeia um programa que tem em vista estimular o crescimento industrial via, prioritariamente, redução do Imposto sobre Produtos Industrializados, o IPI.

Necessário enfatizar que em qualquer programa do gênero a prioridade 1 é bloquear o atual processo de crescente desindustrialização, um fenômeno que tem colocado a corda no pescoço de países que eram altamente industrializados, na era anterior à globalização.

Crescimento industrial não se dá isoladamente do crescimento de outras atividades. Ele está associado ao crescimento do poder de consumo e à aquisição de bens; às exigências para a melhoria da infraestrutura logística, em todos os seus segmentos, e à criação de mecanismos de exportação. Acrescentaríamos que falar em melhoria de infraestrutura significa falar da necessidade de investimentos públicos com esse fim, o que abre boas perspectivas para o mercado de máquinas, equipamentos, insumos. Tudo é uma cadeia da qual nenhum elo pode ser descartado.

Iríamos até mais longe na análise, ao falar de investimentos públicos. Reduzir impostos é bom, embora o governo, na medida em que diz estar reduzindo impostos, o que busca é a contrapartida para não mexer no custo estratosférico da máquina burocrática. Haja vista o orçamento do STF para o ano que vem, que eleva os vencimentos de cada ministro para mais de R$ 30 mil.

Estimular a industrialização é estimular uma série de outras iniciativas, até mesmo preparar as cidades para a melhoria e ampliação da rede do transporte público e ajudar a obtenção de melhor segurança e saúde para a sociedade. Seria bom, sim, que o Brasil produzisse, aqui dentro, o que tem importado lá fora com a etiqueta Made in China. Se assim o fizesse, estaria justificando o nome do programa Brasil Maior.

Fonte: Estadão