A 50ª Sondagem Nacional da Indústria da Construção, realizada junto a uma mostra de 241 empresários da construção de todo o país, pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), apontou que os empresários da construção civil brasileira continuam confiantes em relação ao desempenho da atividade do setor.

Este otimismo é ligeiramente inferior ao registrado em agosto de 2010, o que demonstra que a atividade das construtoras, muito embora siga em ritmo forte, passa por um processo de ajuste em relação à grande aceleração registrada no ano passado.

Realizada em agosto, a enquete trimestral revelou que as principais preocupações dos empresários referem-se às variáveis macroeconômicas, como crescimento econômico e inflação.

“Note-se que a pesquisa foi feita antes da decisão do Banco Central de baixar os juros”, alerta o vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan. Segundo ele, “ainda é cedo para avaliar o impacto do corte de juros na opinião dos empresários da construção sobre a condução da política econômica. Mas certamente a mudança de atitude da autoridade monetária, confiando numa política fiscal mais austera por parte do governo federal, deve ser saudada por todo o setor produtivo brasileiro. É inimaginável que o Brasil tenha que manter a maior taxa de juros real do planeta por tanto tempo sem pagar um preço alto em termos macroeconômicos”, conclui.

Resultados – Na sondagem, os empresários atribuem a cada quesito uma pontuação que vai de 0 a 100, na qual valores acima de 50 denotam desempenho ou perspectiva favorável. A exceção é no quesito das dificuldades financeiras, no qual valores acima de 50 apontam perspectiva ou desempenho não favorável.

Um elemento positivo revelado pela última sondagem refere-se aos custos. A percepção em relação a esse componente apresentou melhora tanto na comparação com a pesquisa anterior, de maio de 2011, quanto com agosto de 2010. Apesar de se manter no campo das preocupações, isto é, com 43,55 pontos, o elemento de avaliação de custos registrou em agosto o patamar mais elevado desde fevereiro de 2010.

O indicador de desempenho das empresas manteve-se praticamente estável nos últimos três meses, com variação de apenas 0,83%, contabilizando 54,72 pontos. As perspectivas otimistas de desempenho futuro praticamente permaneceram estáveis (ligeira queda de 0,44%), ficando em 56,96 pontos. Já expectativa em relação ao crescimento econômico baixou 6,26%, representando redução do otimismo para um patamar de preocupação (47,17 pontos).

A confiança na política econômica aumentou 12,37%, indo para 47,5 pontos. A expectativa de uma inflação reduzida apresentou aumento de 39,23%, somando 38,54 pontos. As dificuldades financeiras reduziram 4,74% atingindo 52,6 pontos. As perspectivas de evolução de custos apresentaram aumento de 9,42%, apresentando 43,55 pontos.

Na comparação com a sondagem feita em agosto de 2010, houve uma queda de 7,6% no otimismo em relação ao desempenho das empresas. Entretanto, como as expectativas estavam bastante elevadas há um ano, nos demais indicadores registrou-se um arrefecimento na comparação anual, sobretudo em relação à expectativa de crescimento econômico, que caiu 24,4%.

Fonte: Estadão