A Rodovia Rio – Santos revela, como especial e particular atributo, a rara beleza natural das regiões por onde passa. Com isso, o seu usuário pode desfrutar de bonitas paisagens, que mesclam vistas do mar, das praias e da vegetação.
Ao mesmo tempo, ela também se apresenta como um destacado eixo econômico rodoviário, fazendo a interligação de dois importantes estados, como Rio de Janeiro e São Paulo. A rodovia é um prolongamento da federal BR–101, que margeia o litoral desde o Nordeste até o Rio Grande do Sul. Diversas obras, executadas no final do século XX, possibilitaram a interligação de trechos isolados da Rio – Santos, que passou a ter 505 km de extensão, sendo 209 km, no Estado do Rio, e 248 km, em território paulista.
A estrada foi entregue em três fases (1973, 1974 e 1975), com a finalidade de unir os dois estados, pela Serra do Mar, o que lhe dá, além do perfil econômico, a condição de um perfeito roteiro turístico. Quando foi idealizada, a intenção era que ela também servisse como rota de fuga para os moradores da região de Angra dos Reis, em caso de acidente com a usina nuclear.
As características da estrada e as expectativas geradas em torno da sua implantação, fizeram com que ela viesse a ser considerada prioritária dentro do cenário nacional, comparada até à Transamazônica, pelo seu potencial de integração socioeconômica.
A Rio – Santos parte do Rio de Janeiro, passando por Itacuruçá, Mangaratiba, Angra dos Reis, Parati, Ubatuba, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, Guarujá e outros lugarejos que concentram praias maravilhosas e muito da história do País.
Características técnicas
O traçado da rodovia previa a transposição de regiões que apresentavam grandes dificuldades de acesso e alto índice de precipitação pluviométrica. Para facilitar os trabalhos, optou-se por incorporar algumas estradas estaduais e pontes pré-existente na região.
Sua implantação exigiu uma cuidadosa avaliação das condições de trabalho e aprovisionamento dos canteiros. O acampamento para 1.200 trabalhadores da Camargo Correa, empresa responsável pelo trecho mais longo (da Praia Brava ao Rio Parequeaçu), foi instalado num local em que, dependendo da época do ano, só permitia acesso por via marítima.
A Rodovia Rio – Santos empregou técnicas que, na primeira metade da década de 1970, quando foi construída, ainda eram recém introduzidas na engenharia rodoviária. É o caso, por exemplo, da execução da base de pavimento, com 15 cm de espessura, formada por diversas graduações de brita, pó de pedra e água. Esse material, depois de espalhado na pista, é compactado por dois tipos de rolo, um liso vibratório e outro de pneus.
A baixa capacidade de suporte de algumas pontes de madeira existentes na região exigiu que o equipamento pesado fosse transportado através de chatas alugadas do estaleiro Verome, de Angra dos Reis. Para o desembarque dessa carga, foi necessária a construção de um porto no trecho da obra e o estabelecimento de uma rota de navegação com barcos de 200 t, que transportavam tanto os equipamentos e o material para as obras, como os suprimentos e mantimentos necessários para a mão-de-obra que atuava no empreendimento.
Fonte: Estadão
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