Iniciadas em 2007, as obras de revitalização do Largo da Batata, no bairro de Pinheiros, previstas desde o início do projeto da Linha 4 (Amarela), andaram lentamente em 2008. Segundo a Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), o cronograma seguiu o andamento das obras que sofreu atrasos por conta do impasses causado pelo acidente no túnel estação Pinheiros, na rua Capri. Agora finalmente é possível verificar que há maior velocidade nas obras, principalmente após a desapropriação efetuada em imóveis degradados que ladeavam a área. A entrega está prevista para dezembro em 2010.
O Largo da Batata sempre foi um imbróglio para a administração pública e um obstáculo para a iniciativa privada. Vizinha à opulenta avenida Faria Lima, com seu comércio de ambulantes e terminal de ônibus, a região não conseguia atrair empreendimentos modernos por causa de seu perfil. Sua remodelação física já estava no escopo da Operação Urbana Consorciada Faria Lima, em que a prefeitura estimula o adensamento e a renovação urbana de uma área, mas acabou ficando no final da fila depois da opção polêmica da então prefeita Marta Suplicy por construir os dois túneis sob a avenida de mesmo nome. Quando finalmente começou a sair do papel, ocorreu a tragédia da rua Capri atrasou as ações previstas para o local.
O investimento realizado na remodelação local somam R$ 67.008.261,89, valores de dezembro de 2002, sendo originado dos Cepac´s ofertados publicamente na primeira emissão de 2004. As desapropriações somam R$ 61.710.624,88 já pagos, restando R$ 26.685.328,84 a pagar. Pelos incentivos previstos na lei, os terrenos com área mínima de 1.000 m2 poderão construir até quatro vezes a sua área, sem restrições em relação aos usos. Até o momento, existe apenas uma proposta, em análise, com frente para a área de intervenção – trata-se da Bolsa de Imóveis que pretende construir um conjunto de edifícios não residenciais.

O Largo da Batata vai virar esplanada

O projeto de Reconversão Urbana do Largo da Batata compreende um conjunto de intervenções que se norteiam a partir das seguintes premissas: a construção da futura Linha 4 do Metrô e consequentemente da Estação faria Lima associada à implantação do terminal intermodal (ônibus-metrô) em Vila Sônia; e a transferência do terminal de ônibus municipal e intermunicipal hoje existente no Largo para as proximidades da rua Capri em área adjacente à Estação Pinheiros de trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, junto à Marginal do Rio Pinheiros.
As áreas hoje ocupadas pelos pontos terminais de ônibus serão reaproveitadas ampliando-se os espaços públicos e criando-se novas atividades na área. Os trabalhos se distribuem em três principais intervenções. O mais visível deles é o novo traçado da avenida Faria Lima – no trecho compreendido entre a rua dos Pinheiros e rua Baltazar Carrasco – que recebeu um novo traçado geométrico em compatibilidade com os projetos previstos para o setor leste do Largo da Batata. Foram acrescidas ainda novas faixas de tráfego, ilhas, canteiros, arborização, padrões de urbanização, de iluminação pública.
Outra importante válvula de acesso será a complementação viária Baltazar Carrasco – Sumidouro – constituída da ligação da rua Cardeal Arcoverde com a Marginal Pinheiros e o acesso de ônibus ao Novo Terminal Capri.
Do ponto de vista do pedestre, o destaque é a área Esplanada, formada por um espaço público contínuo que inclui o novo traçado da avenida Faria Lima com a readequação/reurbanização dos passeios das ruas Sebastião Gil, Orlando Vessoni, Teodoro Sampaio, Cunha Gago, Cardeal Arcoverde, Baltazar Carrasco, Manuel Carlos F. de Almeida e entorno do Mercado Municipal de Pinheiros.
Elementos arquitetônicos complementarão o conjunto de intervenções, já tendo sido definidos os padrões de calçamento e a arborização. No caso do mobiliário urbano foram estabelecidos núcleos colocados em locais apropriados e compostos de dois quiosques (bancas de jornais, banca de flores, ou quiosque para lanches), além de bancos, lixeiras, caixa de correio e cabines telefônicas.
Haverá ainda estações transferência ônibus-metrô leste-oeste, além de novo projeto de iluminação pública, marco escultórico, feira livre permanente, estabelecimento dos níveis e grades básicos e drenagem superficial, além de inventário de remoção de interferências superficiais.
Os trechos que receberão os calçadões, destinadas aos pedestres e com restrição aos veículos incluem os seguintes traçados: rua Pedro Cristi – no trecho entre a avenida Faria Lima e a rua Cunha Gago; rua Cardeal Arcoverde – no trecho entre a rua Manoel Carlos F de Almeida e a avenida Faria Lima, e entre esta e a rua Teodoro Sampaio, à Oeste; rua Campo Alegre em toda a sua extensão; rua Guaicuí em toda a sua extensão; rua Martim Carrasco em toda a sua extensão; Rua Manoel Carlos de Almeida; rua Orlando Vessoni em toda a sua extensão.
Um dos marcos da reurbanização ficará por conta da nova praça de Pinheiros, espaço público contínuo criado pela desapropriação parcial ou total de algumas quadras, além da reconfiguração espacial integrando o espaço ocupado pela Igreja de Pinheiros à Esplanada (antigo Largo Batata).
O novo terminal de ônibus na rua Capri irá receber as linhas que se encontravam originalmente no Largo da Batata e posteriormente estacionadas ao longo da avenida Brigadeiro Faria Lima. Trata-se de um terminal intermodal, acoplado às estações do metrô e CPTM, com bicicletário e garagem subterrânea para estacionamento de veículos.

Intervenções previstas

1° Novo traçado da Av. Faria Lima;
2° Urbanização da Esplanada (setor Leste);
3° Configurações de Calçadões com acesso veicular controlado;
4° Complementação Viária Rua Baltazar Carrasco / Rua Sumidouro;
5° Alargamento da Rua Sumidouro;
6° Alargamento da Rua Eugênio de Medeiros;
7° Ligação Cardeal Arco Verde com Rua Manoel Carlos de Almeida;
8° Ligação Rua Butantã co a Rua Padre Carvalho;
9° Alargamento da Rua Capri;
10° Alargamento Geométrica entre as Ruas Capri, Eugênio de Medeiros e Paes Leme;
11° Terminal de Ônibus da Rua Capri, Ga

ragem Subterrânea e Edifícios de Apoio;
12° Execução da Nova Praça Pinheiros;
13° Execução de Estações de Transparência – Ônibus / Metro.

Fonte: Estadão