Empresa não se acomoda com posição de liderança, prosseguindo na busca de novas soluções para reduzir custos, diminuir tempo de execução e eliminar desperdícios
Cerca de quatro mil clientes em carteira, 600 obras por mês. Liderança no fornecimento de fôrmas, andaimes e escoramentos metálicos no Brasil, com nove filiais espalhadas pelo País e um faturamento de R$ 120 milhões em 2008. Apesar dessa posição confortável, conquistada ao longo de 40 anos de atuação no mercado, a SH não se acomodou. Prova disso é que nas comemorações do quadragésimo aniversário, em agosto deste ano, durante a Concrete Show, em São Paulo, lançará mais um modelo de fôrma para paredes. O novo produto promete trazer soluções ao cenário da construção civil, estimulado pelos investimentos que o Governo federal vem fazendo, através do PAC, principalmente para os programas de construção de casas populares.
Trata-se do Lumiform SH, com formas fabricadas em alumínio, uma nova versão do sistema Morar SH, que elimina as etapas de alvenaria da obra, reduzindo custos e prazos de entrega. Originalmente, o Morar SH, lançado em 2007, utilizava as fôrmas Concreform, composta de aço e compensado, para a construção de casas para população de baixa renda. Com a utilização das fôrmas em alumínio, será possível ampliar essa utilização, oferecendo casas para classe média também a baixo custo. Um imóvel de 40 m2 sairia, com o uso do Lumiform, entre RS20 mil e RS 30 mil.
De acordo com o engenheiro Wolney Henriques do Amaral, diretor de Montagem e Manutenção Industrial (MMI) da SH, as novas fôrmas modulares para paredes em concreto são mais leves que os painéis mistos de aço galvanizado e compensado. Um painel Concreform de 75cm x 270cm, por exemplo, pesa 60kg. A nova fôrma de alumínio terá a metade desse peso.
“Essas fôrmas têm espessura entre 5mm e 10mm e possuem características específicas para aplicação em casas e prédios residenciais, em projetos que você já sabe onde vai entrar o vão da janela e da porta, além de já vir com tubulações para as redes elétricas e hidráulicas embutidas”, diz o engenheiro, lembrando que o fato de serem mais leves facilita o manuseio na obra, já que no Brasil, segundo Amaral, não há o costume de se usar gruas para içamento vertical de material e equipamentos.
Para o diretor da SH, outra vantagem de usar painéis de alumínio é o acabamento do serviço. Enquanto a fôrma metálica atual deixa marcas não apenas nas divisas entre os painéis, mas também nas áreas onde o aço e o compensado se encontram, as de alumínio não trazem esse problema. “A parede de concreto já sai praticamente pronta, sem necessidade de acabamento, como emboço, precisando apenas receber uma camada de tinta”, afirma.
Até detalhes como o uso no dia-a-dia do imóvel pelos moradores foi pensado. Imaginando ter uma casa cujas paredes são todas de concreto, o simples ato de tentar colocar um prego na parede seria algo complicado. Mas Amaral afirma que isso não será problema, porque a resistência do concreto usado nas paredes é diferente daquele aplicado nas vigas de sustentação do imóvel. “Enquanto no pilar o concreto possui resistência de uns 50 MPa, nas paredes é usada baixa resistência, algo entre 14 MPa e 20 MPa”, explica.
O sistema também não exige mão-de-obra especializada e permite que uma equipe de cinco pessoas monte uma casa de 50 m2 em apenas um dia, representando redução de até 70% do número de trabalhadores (índice de apenas 0,3hh/m), fator importante num momento em que, com o esperado reaquecimento do setor, empresários temem que a falta de mão-de-obra se torne um entrave para o crescimento. O sistema reduz, ainda, a geração de resíduos de obra em 20%, sobretudo de madeira.
Uma história de investimentos em pesquisas
A exemplo do lançamento das fôrmas de alumínio, a SH sempre esteve à frente no mercado por investir em pesquisas e aplicação de novos produtos. Esse é, segundo o fundador da empresa, Karl Gherard Katz de Castro, o segredo para manter a competitividade e liderança. Aos 86 anos, ele não está mais diretamente à frente dos negócios, função passada à filha Ruth Katz Gelband, mas não dispensa o trabalho de contato com técnicos e pesquisadores nos principais mercados de construção civil do mundo, sempre em busca de novidades que possam ser diretamente aplicadas ou adaptadas à realidade brasileira. “O segredo é introduzir tecnologias vitoriosas, mantendo e valorizando a área de pesquisa e desenvolvimento”, afirma Castro. A SH possui mais de 150 engenheiros atuando no centro de pesquisas da empresa no Rio de Janeiro.
Criada oficialmente em 1969, com a fundação da Servicon – Serviços de Construção S/A, a história da SH começou, na verdade, quatro anos antes, quando ainda era um departamento da Quartzolit, fornecendo andaimes suspensos para aplicação de emboços.
A Quartzolit já não pertence mais à família, que resolveu investir naquele promissor departamento, passando a importar fôrmas para lajes de uma subsidiária da alemã Thyssen, a companhia Hünnebeck, então líder mundial em fôrmas metálicas e treliças para concretagem.
A parceria funcionou tão bem que em 1976 foi sacramentada, nascendo dessa união entre a tecnologia alemã e a experiência no setor de construção civil brasileiro a Servicon-Hünnebeck, que posteriormente, em 1981, tornaria-se a atual SH. Daí em diante, a empresa acumuloulançamentos, como a fôrma para paredes e pilares Tekko (1987), o andaime de encaixe Modex (1994), a fôrma para laje Topec (1995)e a fôrma para paredes Concreform SH (2000).
Nesses 40 anos de existência, a SH esteve presente em muitas das mais importantes obras realizadas no país, como a construção de Brasília, barragens e usinas hidroelétricas, além de ter na carteira de clientes empresas como Petrobras, CST, Metrô-RJ etc.
E em tempos de conexão virtual, a SH também se destaca. Foi a primeira empresa do setor a oferecer aos clientes um serviço de consulta via internet do planejamento e controle de fluxo e armazenagem de equipamentos.
Principais vantagens do sistema LUMIFORM SH
- Baixo índice de mão-de-obra, apenas 0,3hh/m ;
- É leve, apenas 30 kg/m ;
- Permite a montagem m
anual ou mecanizada das fôrmas; - Grandes painéis com apenas dois furos de tirantes;
- Com poucas ancoragens, diminui a quantidade de reparos de furos posterior;
- – Andaimes e aprumadores incorporados à fôrma;
- União dos painéis com auxílio de grampos que dispensam perfis de alinhamento;
- Fôrmas entregues prontas para o uso, com compensado de15mm;
- Solução completa para cantos internos e externos;
- Confere excelente qualidade ao concreto dispensando revestimento;
- Elimina ‘soluções improvisadas’.
Tecnologia na prática
Em 2007, a SH foi contratada pela Cesbe Engenharia para fornecer sistemas de fôrmas para a construção da PCH (Pequena Central Hidrelétrica) Plano Alto, em Santa Catarina, e encontrou a obra já em andamento, mas com o cronograma atrasado.
Para reverter esse quadro, a empresa utilizou os painéis Concreform SH em conjunto com a Mísula SH, apostando que seria uma solução econômica e eficaz. A Mísula da SH é menor e mais leve que os modelos europeus, permitindo agilidade na montagem e manuseio, em geral, e foi desenvolvida especialmente para suportar a pressão do concreto em construções de barragens no Brasil, cuja altura das camadas de concreto é até 30% inferior à normalmente empregada na Europa e nos Estados Unidos.
A Cesbe já havia utilizado a dupla de equipamentos dois anos antes, na construção da PCH Carlos Gonzatto (RS) e já conhecia os bons resultados em termos de agilidade para a obra, aprovando sua utilização no canteiro de obras de Xanxerê.
Ainda na Região Sul, outra empresa que testou a dupla Concreform + Mísula foi a Bucagrans Construtora na construção da PCH Santa Laura, em Faxinal do Guedes (SC). As obras começaram em 2006 e a empresa, que até então executara obras em madeira, quis elevar a qualidade de seus serviços e acabou contratando a SH.
Respostas a desafios
Durante as obras de recuperação e reforço estrutural da Rodovia Anhanguera (SP), a SH apresentou uma solução que viabilizou o serviço. No quilômetro 120 da rodovia, era preciso ampliar e recuperar o viaduto que dava acesso à cidade de Piracicaba, mas sem acarretar na interdição do tráfego na área, bastante intenso.
A proposta era construir novos pilares, derrubando os existentes, mantendo e aproveitando a estrutura do viaduto, escorando-a sobre andaimes Modex. O sistema, lançado em 1994, é composto por torres com travessas e diagonais unidas por rosetas e modulação a cada 50 cm, permitindo sua montagem em formatos circulares e poligonais e utilização em qualquer modulação, o que facilita a distribuição da carga.
Tais características foram fundamentais para o processo, já que além de escorar o viaduto, era preciso erguê-lo alguns centímetros para separá-lo do apoio, o que foi realizado com sucesso. Para permitir a verificação de qualquer dano à estrutura, todo o viaduto foi rebocado com gesso, por ser um material muito sensível e que trincaria caso houvesse alguma irregularidade.
A equipe da SH de São Paulo ficou responsável pela apresentação do projeto executivo junto à empresa Tecnipol, responsável pela obra e com quem a SH trabalhava pela primeira vez. O sucesso da empreitada, que levou apenas dois meses para ser concluída, levou a Tecnipol a realizar novo contrato com a SH logo depois, para obras no quilômetro 43 da Via Anchieta, também em São Paulo.
Já na construção de uma ponte com 120 m de comprimento, na região de Alphaville (SP), em 2007, a SH desenvolveu para a RBR acessórios que permitiram a realização do projeto sem o uso de guindastes, treliças ou máquinas pesadas, cuja utilização não era possível devido às condições do terreno – a ponte passava sobre uma área de mata preservada. Trechos de aduelas da ponte foram executados, um de cada vez, desformados e só então levados até o local definitivo.
Para isso, além de utilizar torres Modex para executar a obra em balanço sucessivo, criou fôrmas com dobradiças para agilizar a produção em série das aduelas, que depois eram levadas ao ponto de encaixe com ajuda de um berço (plataforma com trilhos) montado especialmente para isso.
No Estado do Rio, no município de Campos dos Goytacazes, a empresa Delta Construções utilizou os acessórios da SH, Concreform e Tekko, para a concretagem de blocos, pilares e aduelas, além da torre de carga LTT no escoramento de travessas e aduelas em obras de construção de 547m de ponte e 960m de viadutos.
Os painéis Concreform usados eram de aço galvanizado, forrados com compensado plastificado, conectados com apenas dois grampos que, ao mesmo tempo que os unem, também os alinham, dispensando perfis extras. O sistema Tekko é composto por fôrmas mistas de aço e compensado plastificado, acopladas com clipes e alinhados com perfis metálicos, sendo ideais para execução de projetos onde é empregado grande volume de concreto. As torres de carga LTT permitem a montagem com modulações de 1,0m x 1,25m a 1,0m x 2,5m, suportando carga de até 12 toneladas em qualquer altura.
Em outra obra da Delta, desta vez na capital fluminense, a SH agilizou a execução da estrutura do novo prédio do Tribunal de Justiça com a utilização de fôrmas para lajes Topec. Durante o processo, a cada semana era montada uma laje com dois mil metros quadrados de área.
As fôrmas para lajes Topec são feitas de alumínio e forradas com compensado, e permitem a montagem de lajes sem a necessidade de cortes, pregos e emendas, dispensando revestimento de teto. Na obra do TJ-RJ, também foi usado um outro acessório desenvolvido pela SH, o Drophead, que permitiu a desforma da laje sem a necessidade de retirar as escoras do reescoramento, agilizando ainda mais o processo.
Fonte: Estadão
Compartilhar
Compartilhar essa página com seus contatos!